O dia começa com a memória fria das responsabilidades amorosas ou financeiras que temos de honrar, o peso dos compromissos ou a sensação de estamos forçosamente dependentes do que os outros organizarem por nós. Daí à discussão não falta muito com o desejo forte de nos libertamos dos constrangimentos e imposições. Teremos de mostrar em que somos diferentes e porque que é preciso fazer as coisas de outra maneira. É a Lua de manhã em Balança conjunta a Saturno que nos provoca tal emoção, aliada a Mercúrio em Leão a caminho de um trígono a Urano em Carneiro.
Mas pela tarde a Lua entra em Escorpião a tudo passa a ser ainda mais intenso. Solta-se a desconfiança, cíume, desejo de controlo ou vingança e outros sentimentos que ilustram a dificuldade em satisfazer a nossa exigência na forma e conteúdo do que partilhamos com os outros, seja amorosa seja financeira seja mesmo de princípio. Estamos sózinhos na nossa postura que alia a compulsividade defensiva a um idealismo que desejariamos que todos partilhassem e é nisto que baseamos a nossa segurança e projectamos perspectivas de crescimento. Isto porque a Lua em Escorpião faz trígono e Neptuno em Peixes e ao Sol em Caranguejo, para além de um quincúncio a Júpiter. No entanto, um quincúncio de Mercúrio a Neptuno, confunde a expressão do desejo egocêntrico com propostas de interesse universal e o bluff rapidamente fica a descoberto.
É neste contexto que se reunem hoje e amanhã em Bruxelas os chefes de Governo da União Europeia. Chegam com a Lua em Balança conjunta a Saturno sentindo o peso dos compromissos anteriormente assumidos e que agora são precisos recriar. Com a Lua já em Escorpião sentam-se à mesa das negociações, defendem posições nacionais como se fossem as melhores para todos e reina a desconfiança na avaliação das propostas alheias. No horóscopo para o início da Cimeira, estão presentes Jupiter e Vénus em Gémeos na Casa VIII, simbolizando a necessidade de aumentar os fundos comuns mas havendo para tal várias opções. Mercúrio regente de Gémeos na X em trígono a Urano na VI e sextil a Marte na XII ilustra o diálogo e a exposição dos vários interesses individuais, neste caso nacionais, sendo favorecidas ou facilitadas pelo aspecto de Urano soluções originais que tenham em conta excepções. O sextil a Marte na XII regente da VII denuncia parceiros que ainda não revelaram a sua posição final, mas que são a favor do aumento dos fundos comuns – pelo trígono a Jupiter e Vénus mas contra outros acordos jurídicos ou alterações aos tratados- pela quadratura ao Sol na IX. Saturno e Lua na cúspide da I ilumina a depressão e dificuldade de relacionamento à partida assim como a necessidade de se entrar num novo ciclo da União para a qual se idealiza um serviço comunitário – trígono a Neptuno- mas que é contraditório com os interesses específicos das partes – quadratura a Mercúrio em Leão na X. Os quincúncios a Vénus e Júpiter, tanto da Lua como de Plutão poêm o foco central do problema onde tomos sabemos onde está- no financiamento da banca e das dividas das economias nacionais em crise – Plutão, regente da II na III. A deixa para os próximos episódios está na quadratura de Urano a Plutão activada pelo Sol em Caranguejo, sexta, sábado e domingo e também na hora a que acabar o encontro… Haverá certamente novos poderes partilhados e também novos conflitos de poder. Neste cenário, é suposto tomar posse o novo presidente islâmico egípcio enquanto se estremam as tensões entre a Siria e a Turquia. Um fim de semana que promete …



Deixe um comentário