A 14 de Abril, no dia em que Plutão entra retrógrado, em quadratura a Urano, a Júpiter e a Marte também retrógrado, respectivamente nos signos de Capricórnio, Carneiro, Caranguejo e Balança, o poder, a vontade e a segurança e o equilíbrio entre a Guerra e a Paz- tudo em volta dos graus 13 desses signos, – os horóscopos de Putin, dos EUA e da Ucrânia são directa e exactamente tocados em pontos chave por essa grande quadratura cósmica.
Essa grande quadratura tem impacto em todos os horóscopos pessoais ou colectivos que tenham Urano ou Plutão em lugares chaves ou cujos planetas natais ou progredidos sejam “apanhados” na trama das tensões.
De facto, de 15 a 30 de Abril tudo parece vir a ser posto em causa. Este é um dos períodos mais tensos e intensos do ano. Como pano de fundo temos Plutão que entra retrógrado a 13 graus de Capricórnio no dia 15 o que significa que até Setembro não avançaremos mais com novas transformações estruturais mas sim teremos de aprofundar ou rever as já decididas. Em quadratura todo o mês a este Plutão está Urano em Carneiro que exige iniciativas mesmo que conflituosas. E Júpiter em Caranguejo expandindo sentimentos nacionalistas e Marte retrograde em Balança pondo em causa equilíbrios e acordos de paz, completam uma grande cruz cardinal, uma força centrífuga que nos vai levar pela força para outra realidade, outra “estação” . Em grau exacto , a 20 de Abril, Júpiter repete o estrondo do final de Fevereiro, Lua nova de Março, – quando a questão da Ucrânia se levantou com as manifestações populares que levaram à fuga do governo, – re-activando a quadratura de Urano a Plutão que por seu lado fica exacta a 21 e tem Marte, a 23, a forçar ainda mais as mudanças estruturais profundas por força do re-equilibrio de alianças e poderes.
Ou seja, temos aqui matéria explosiva, transformações profundas, golpes nas relações pessoais e políticas, crises e restruturações financeiras, poderes que caem e outros que se instalam.
A pontuar estes desenvolvimentos da quinzena há dois eclipses. O primeiro é dia 15 de Abril e ocorre a 25 graus de Balança numa Lua Cheia, tecnicamente conjunta a Marte, que exacerba a oposição entre o desejo de acção independente e a necessidade de compromissos e um segundo eclipse dia 29 de Abril, desta vez do Sol, numa Lua Nova a 8 graus de Touro que simboliza o arranque de um novo pacote de valores ou definição de situação material dentro do contexto de transformações em curso já que esta Lua nova é praticamente em trígono a Plutão em Capricórnio.
Uma crise prolongada
Até à quadratura de Urano a Plutão seguinte, em Novembro, em que a grande cruz se desfaz mas Marte está conjunto a Plutão, Júpiter, já em Leão, acabou de fazer trígono a Urano e Saturno se encontra exactamente no mesmo grau de Escorpião do que quando entrou retrógrado no início da crise da Ucrânia, vamos assistir ou participar em processos complexos de exacerbação de posições individualistas ou de interesse nacionalista que provocam reações violentas e que acabarão por se traduzir numa restruturação dos poderes vigentes em novas interdependências, porque Plutão em trânsito em Capricórnio é isso que exige: que os poderes plutonianos como as grandes corporações ,poderes financeiros, a questão das dívidas públicas, todos os poderes sem rosto passam a permear as estruras de poder tradicionais e a condicionar o seu funcionamento. O recurso à força bruta ou militar pode fazer parte do processo mas em última análise o verdadeiro motor de resultados será o poder financeiro com Plutão e Saturno em recepção mutual no signo do poder e das dívidas . A Cabeça do Dragão em Balança a chegar, em Janeiro de 2015, – durante a última quadratura de Urano a Plutão deste ciclo – aos 13 graus de Balança, – o ponto que é activado agora em Abril – trará assim no arranque do próximo ano resposta diplomática, equilibrada às relações de força em conflito, contas feitas às dependências energéticas e financeiras.
Este calendário de conflito e resolução aplica-se não só ao caso da Ucrânia e intervenientes como Putin ou EUA como também a qualquer um de nós ou país ou instituição cujos planetas pessoais estejam nos graus da grande cruz ou quadraturas de Urano a Plutão.
Múltiplos sinais
No caso específico da Ucrânia e das partes que apoiam e contrariam as escolhas desse país entre fazer parte da esfera de influência russa ou ocidental, é interessante e relevante olhar não só para os seus horóscopos como para os horóscopos do ingresso de Carneiro a 20 de Março, quatro dias depois do referendo prevista na Crimeia sobre a sua opção geo-estratégica. O ingresso de Carneiro, regido por Marte, planeta da Guerra, visto sobre as capitais em questão revela já a grande cruz cardinal de Abril. Cai em pleno nos ângulos do horóscopo do ingresso para Moscovo com ascendente a 13 de Balança,- o que é o grau do Sol de Putin; em pleno para Washington com um Ascendente a 13 graus de Caranguejo – o que corresponde exactamente ao Sol dos EUA e em pleno para Kiev com um Ascendente a 9 graus de Balança. Com todos os ângulos consequentemente envolvidos, tudo indica que Abril vai ser um mês critico para o agravamento do conflito já que Marte cai na casa I de Moscovo e de Kiev e na IV de Washington, como se o conflitos dos outros entrasse pela porta dentro dos EUA e se abatesse na sua cena política – em trígono ao Marte natal na VII, oposto a Quíron na IV e com o Júpiter em trânsito conjunto ao Sol na VIII que sofre da oposição de Urano e da quadratura de Plutão no horóscopo natal dos EUA. É ainda de notar Plutão – no descente da carta de ingresso de Carneiro em Washington é sinal de conflito profundo e transformação das parcerias, tanto internacionais como dos equilíbrios políticos internos. No horóscopo da Federação Russa a crise astral de Abril cai em cheio em cima do Nódulo Norte e Urano da casa V, regente da VII, sinal de que o “ filho” Ucrânia quer libertar-se da parceria, como inimigo declarado- casa VII.
Para completer a análise do conflito, há que olhar para o horóscopo da NATO já que esta pode ser chamada a intervir por assumir por natureza a defesa das forças aliadas EUA e Europa. Também aqui não restam margens para dúvidas quanto o impacto desta grande cruz e quadratura de Urano a Plutão. O Sol da NATO está a 14 graus de Carneiro oposto a Neptuno a 13 de Balança e por isso em Abril Urano faz disparar o potencial bélico da NATO – mas também pode em simultâneo levar a cisões nos seu interior tal como aconteceu na conjunção de Urano a Plutão nos anos 60 quando a França saíu da organização. E simultâneo Marte vai estar conjunto a Neptuno numa afirmação ideologica mas a sua oposição ao Sol pode trazer acções irreflectidas enquanto que a quadratura de Plutão ao Sol em grau exacto só virá em 2015 sinal de que os eventos deste ano terão consequências profundas na organização e princípios de uma estrutura lançada pós segunda guerra mundial mas que agora pode evitar ou participar noutro conflito colectivo.
Este texto é parte de um artigo publicado no princípio de Abril na revista Aspas intitulado ” Abril, sarilhos mil”. Para ler o texto completo e ver os mapas que o acompanham carregue neste Link O texto está na página 14 da revista. São quase 100 páginas de artigos a não perder

Gostei muito da Revista “Aspas” que não conhecia, e fiquei muito contente que tenha dado a conhecer aqui, publicamente, no seu blog.Li o artigo “Abril sarilhos mil” e, também, como sempre, gostei muito.Obrigada por partilhar tanto material do gosto dos amantes de Astrologia.As minhas leituras da revista têm-se prolongado desde o dia 15 e só hoje decidi manifestar-me.Abraço grande.