Grécia – crise no Olimpo, reflexos eleitorais

Vale a pena olhar para o horóscopos da Grécia democrática e o da sua adesão à Europa em 1981 para ver os astros a pontuar a história e a história a corroborar os astros. E as eleições de domingo 25 de Janeiro 2015 não podiam ilustrar melhor ilustram esses paralelismos, com base nos trânsitos e progressões para o dia- não fossem os planetas, todos eles, Deuses gregos…

O horóscopo da Grécia democrática, data de 24 de Julho de 1974, as 4 da manhã de Atenas, dia e hora assinalados pelos jornais Times e Guardian, referenciados por Nicholas Campion, o grande coleccionador e analistas de céus políticos. Mais, tarde, em 1981, no dia 1 de Janeiro à meia -noite, hora oficial, a Grécia aderiu à então chamada CEE, Comunidade Económica Europeia que evoluiu para a União Europeia e moeda comum, com custos que agora são contestados nas eleições gerais.

O horóscopo de 1974
A ditadura militar que colapsou em 1974 é bem representada por Saturno em Caranguejo, na casa XII , em quadratura a Plutão e à Lua em Balança, na IV. Saturno em Caranguejo ilustra o controlo nacionalista, Plutão conjunto à Lua em Balança, a revolução democrática. A quadratura que os une é a tensão interna intensa que precedeu a instauração de um regime parlamentar. Plutão rege a casa V, o Escorpião da regeneração de identidade nacional, na casa XII fica ainda Mercúrio e Vénus, o peso da repressão, censura e limites no inconsciente colectivo. O ascendente Caranguejo, regido pela Lua, que rege o povo e a oposição é a imagem da Grécia que então surgiu, o Sol em Leão na II, a consciência dos novos valores, em sextil a Plutão e à Lua que representam essa revolução democrática, em trígono a Neptuno em Sagitário, regente da X e com Júpiter também regente da X, na casa IX, a importância de abertura ao mundo, nova ideologia igualitária, mas ideias pouco claras com Marte quadrado a Neptuno e ainda problemas de assertividade e prática de governo, com Quíron, regido por Marte, na X. Como Júpiter também rege as monarquias e esta fora abolida em 1973, depois de anos em que o rei apoiou a junta militar e antes de esta colapsar, é significativo ver como Júpiter faz trígono a Saturno na XII. Em resumo, o céu de uma revolução democrática, com más memórias, muito empenho mas problemas de gestão.
O horóscopo da adesão
Um ascendente Balança é a marca de um tratado, de alianças, com Saturno e Júpiter conjuntos, sinal de que esses acordos pesam, no país, na base popular, na identidade nacional- Saturno rege a IV e a V, e também nos negócios, no mundo do trabalho – Júpiter rege a III e a VI, e a quadratura de ambos ao Sol e a Mercúrio na IV em Capricórnio, sinal claro da tensão entre as obrigações e a vontade de encontrar um lugar no mundo-o Sol rege a XI- apesar da expansão que Júpiter permite. A Lua regente da X na II em Escorpião, quadrada a Marte simboliza bem as dificuldades de regenerar riqueza com que se depara qualquer acção governava e Quiron na VIII em Touro o sinal de que nunca é suficiente os apoios financeiros que vierem de fora. Lua e Neptuno conjuntos na III podia ser bom para a poesia mas é a confusão total sobre os objectivos a atingir, a comunicação dos propósitos, o caminho do crescimento económico, já que estão em Sagitário. Urano sextil a Marte e Plutão quadrado a Marte – regentes da VII, casa dos parceiros europeus apontam claramente para relações conflituosas onde sobressai a liberdade da identidade nacional- Urano regente da V. Em resumo, a aliança europeia abriu mundos mas pesa duramente na economia os apoios são insuficientes e torna-se necessário redefinir posições, em conflito, com Plutão na I nesse aspecto tenso a Marte, em respeito pelos trabalhadores, com Plutão em sextil a Neptuno, regente da VI- a função pública.

Quando sobrepomos os dois horóscopos, o de 1974 e o de 1981, vemos como o Sol e Mercúrio da adesão caem na casa VII da Grécia democrática, opostos a Saturno e como o Saturno grego, cai na casa X da adesão- não só a Europa pesa na Grécia como a Grécia pesa na Europa, em quadratura à Lua, ou seja em tensão com o povo, e com o Plutão da adesão conjunto a Urano da identidade grega, impondo pagamentos, dívidas, juros e legislação porque Urano rege a VIII e a IX do horóscopo grego.

A crise actual

A crise grega começou em Outubro de 2009, quando o ministro das Finanças do recem eleito governo socialista revelou que as contas não estavam certas e que o défice era de 12,5 por cento do PIB. Em 2009 Plutão entrou em Capricórnio e despoletou todas as crises em curso. Plutão rege a dívida e por onde passa revela o que está encoberto e requere uma morte e renascimento, no caso do Capricórnio, nas estruturas de governo, financeiras, poderes e corporações. Desde 2009 que Plutão entrou e atravessa a casa IV, do horóscopo da adesão grega fazendo conjunção a o Sol e a Mercúrio, quadratura a Saturno e a Júpiter, conjunção ao Sol e a Mercúrio, mostrando a imposição do peso da dívida, os cortes, os limites ao crescimento, as transformações nas estruturas nacionais gregas, a “ morte” ainda sem o “renascimento”. Desde 2012 e até ao início de 2016, Plutão recebe uma série de quadraturas de Urano que aceleram os processos de crise e transformação em curso.

Agora, em Janeiro de 2015, as eleições presidenciais em que a austeridade imposta pela Europa é contestada por um novo partido de esquerda, Syriza que recusa a continuação das restrições, acontece em plena quadratura EXACTA de Urano a Plutão, no grau 13, do Ascendente!

No horóscopo da democracia grega Plutão em trânsito, faz desde 2009, oposição a Vénus, Mercúrio e Saturno, e agora está a fazer conjunção ao Descendente, ou casa VII dos parceiros, mostrando como, depois da restruturação, por causa da dívida, e em defesa da regeneração da identidade nacional- Plutão rege neste horóscopo a casa V, se vai dar uma transformação nas estruturas de parcerias, separações ou redefinições de sistemas e ordem de governo e alianças. Urano está em trânsito na casa IV, casa do país e da oposição, fazendo erguer-se um partido como o Syriza que pôr o status-quo em causa, em quadratura ao Ascendente e ao Descendente, forçando uma nova imagem e novas relações,, nova interdependência, novos tratados, liberdade na dívida e nos acordos internacionais, porque Urano rege a VIII e a IX.

A liberdade financeira na relação com a Europa é a chave porque se projectarmos no horóscopo da adesão, os trânsitos do dia 25 de Janeiro, dia da eleição grega temos a quadratura de Urano a Plutão a fazer semi-sextil e trígono a Quíron na VIII, oportunidade de resolver a questão das carências de apoio ou exigência da divida. A Grécia vai renegociar os seus problemas, com o Nodulo Norte em trânsito actualmente conjunto a Saturno e Jupiter do mapa da adesão grega, não parece ser um tempo de ruptura brusca mas sim de alta tensão e dificuldade na renegociação, fecho de um tempo e abertura de novo ciclo do que une a Grécia à Europa, com soluções libertadoras dadas pelo trânsito de Urano em Abril e Maio próximos em trígono a Vénus do horóscopo da adesão.

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8 thoughts on “Grécia – crise no Olimpo, reflexos eleitorais

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  1. Será que a vitória do syriza faz parte de um plano do governo da Alemanha e dos que tem o poder mundial, pois havendo um fracasso dos planos do futuro governo grego não conseguindo melhorar as condições de vida do povo grego fica tudo mt complicado. Que outro caminho resta?. Gostava que se possível estudasse esta hipótese.
    Gosto mt de ler as suas análises. obg.

  2. Esta análise parece indicar que será a vez da voz do povo se fazer ouvir nas eleições e amanhã? Será que a turbulência dos deuses( energias cosmicas) irá contribuir, para além de convulsões na Europa, para uma tomada de consciência colectiva de que a mudança do status quo, no sentido de colocar no centro a humanidade, se tem que iniciar?

    1. … Esse seria o propósito que melhor serviria os interesses Humanitário de que o Universo tanto apela: Liberdade, Igualdade e Fraternidade…energias Cósmicas… ” Que Assim Seja” !!!

    2. Essa é a grande tensão- por um lado Urano que pede a liberdade, por outro Plutão, o poderes de quem detém os recursos financeiros, corporações, multinacionais, em choque de interesses…..Mas é preciso ver que também as acções terroristas são regidas por Urano, e que também os terroristas estão contra os grandes poderes estruturais do Capricórnio onde Plutão transita….. Neptuno está em Peixes, é a fé num mundo melhor, mas também Neptuno serve o islamismo como se viu com os atentados em Paris com Marte conjunto a Neptuno. Cada qual no fundo vive a sua versão da energia planetária conforme o seu próprio processo de evolução….A ultima vez que Neptuno esteve em Peixes foi quando Marx escreveu o Manifesto que culminou na revolução russa quando Neptuno chegou a Virgem e vemos como o comunismo se transformou num capitalismo de estado agora que o ciclo fechou e Neptuno voltou a Peixes. O que é preocupante, no meu ponto de vista, é a ausência de inspiração, novos ideais, para um mundo melhor que poderia agora surgir- apenas o islamismo radical se faz ouvir, com brutalidade, ou a voz do Papa, mais aberto, mas de facto nada de novo no horizonte- mas se calhar há e não vemos ainda bem os sinais ou o caminho….Em Setembro deste ano Jupiter em Virgem vai fazer oposição a Neptuno vamos ver para que lado evoluem as ideologias ou fés- mas só em Maio de 2025 é que Saturno e Neptuno estarão conjuntos , já com Plutão a entrar em Aquário- acho que só então veremos mudanças significativas na organização social com base na estruturação ideológica. Mas qual???

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