A força das emoções domina a razão e há conflito entre o interesse pessoal e a necessidade de acordos. No entanto, a busca de equilíbrio e concertação tem de superar o instinto, nem que seja preciso dar uma volta às questões, o simbólico andar de lado do Caranguejo, signo em que, a partir de hoje, Marte se junta ao Sol em trânsito. De facto, é o coração e não a mente que domina vigor e assertividade o que é bom porque nos permite estar mais conscientes do que de profundo nos move, o que é importante para a nossa segurança, as rotinas, o conforto do que é familiar, a defesa do íntimo. O problema é que esse sentir profundo tem de se confrontar outros sentires profundos, nem sempre compatíveis e o desafio do dia é esse: o de, conscientes das próprias pulsões, descortinarmos onde podemos ceder para não ficar bloqueado e avançar para soluções conjuntas – devido à presença da Lua em Balança, em quadratura ao Sol e a Marte mas de seguida conjunta ao Nódulo Norte e a fazer um trígono a Mercúrio em Gémeos. E porquê esta tensão entre o privado e o público, entre o que nós precisamos e o que os outros exigem de nós? A resposta está em Quíron, a partir de hoje retrógrado a 21 graus de Peixes, o que o torna o astro mais potente no sistema. Este aspecto está relacionado com a obrigatoriedade de olharmos para o que não está bem, para feridas antigas, desconfortos profundos, dores de rejeição, amor-próprio, falsos idealismos ou expectativas, dar de mais e não ter a resposta que nos encha as medidas. Com Neptuno também em Peixes e Júpiter, seu outro regente, em quincúncio a Quíron a partir do Leão, há que ver o que projectamos e o que sonhamos e começar por encontrar o equilíbrio e auto-suficiência da chamada resolução do Quíron sem a qual os acordos que pede o Nódulo Norte em Balança serão sempre coxos ou com uma insatisfação disfarçada pela razão. Quíron estará retrógrado até Novembro enquanto Marte fica em Caranguejo até 10 de Agosto. São tempos de interiorizar quanto valemos e tudo quanto temos, não a receber mas para dar.
A imagem da concha é da fotógrafa americana Christine Rodin.



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