Esta é a semana em que Plutão regressa a Capricórnio. O que falta desconstruir de velhos alicerces, organização pessoal, política, pirâmides de gestão vai de novo vir à tona para que se possa abrir caminho mais tarde, a novos modelos. Do próximo domingo dia 11 até 21 de Janeiro próximo em 2024, o pequeno mas potente Plutão, símbolo de todas as transformações profundas- doa a quem doer- volta ao signo da ordem, poder, organigramas de administração para nos fazer encarar as tradições e estruturas de que nos devemos libertar- a bem ou por força maior. Quando Plutão entrou em Capricórnio em 2008/9 deu-se a crise financeira internacional que se repercutiu através das dívidas bancárias para as dividas soberanas e para os esforços de países e organizações para restruturar o sistema. Em 2020, no que chamamos o ano do Covid, Saturno Júpiter e Marte uniram-se a Plutão para assinalar um grande recomeço da organização global que pudesse estar em prática no final de 2020 quando Saturno e Júpiter se uniram no primeiro grau de Aquário, no início do chamado Grande Ciclo. Plutão começaria a dar voz a este grande ciclo a partir do momento em que tocasse esse grau zero de Aquário, implementando gradualmente uma revolução social até 2041, quando sai do Aquário e entra em Peixes. São movimentos lentos mas inexoráveis que têm em conta que nem tudo se faz à primeira. As retrogradações dos planetas, tempo durante o qual mais se aproximam da Terra, fazem que demos conta do que ficou mal terminado e necessita, tomada a consciência, de acção de “limpeza” profunda para o ciclo transformador poder continuar. Plutão dá nos uma última hipótese de eliminar o velho de Setembro a Novembro de 2024 quando pela terceira vez, final, recua desta vez apenas ao grau 29 de Capricórnio.
Os primeiros sinais que os Céus dão sobre o entusiasmo ou resistência com que vamos aderir a esse programa de des-construção do que falta, estão, esta semana, na oposição entre Vénus em Leão e Plutão. A oposição traz tensão. É uma corda esticada em que de um lado está o planeta das finanças, das relações e da beleza no signo do individualismo a resistir ao puxão das forças colectivas: eu e o meu desejo ou paixão ou os outros e as suas regras sociais ou de organização colectiva? Ou aderimos do coração nessa mudança- Plutão é mais forte que Vénus – ou resistimos auto-centrados e acabamos vítimas ou sob ameaça. É principalmente sobre o nosso lugar ou o que damos ou tiramos dos sistemas de governo, de saúde, da banca ou de interacção social que a reflexão e correcção terá de ser feita durante o período de retrogradação de Plutão. No fundo o que se pretende de Plutão em Aquário é que cada um encontre o seu lugar de poder dentro do sistema em vez de ser dominado pelo sistema. A retrogradação serve para destruir as regras ou limites que ainda impedem que isso aconteça.
Contra esta cortina de fundo -que esta semana define o palco dos próximos meses,- temos à boca de cena, toda a semana, o Sol em Gémeos, curioso e inconstante, inteligente e elusivo em tensão com o dogmático Saturno em Peixes que exige o respeito de princípios universais e restringe fantasias. Mercurio que rege Gémeos e Júpiter que rege Peixes estão ambos em Touro, sendo que Júpiter está em conjunção ao Nódulo Norte. Ou seja, nada pode ficar no Ar nem diluído nas Águas. Tem de haver respostas concretas, práticas, palpáveis que acima de tudo não sejam repetição de velhas opções. Urano, planeta da revolução e inovação social e tecnológica, em trânsito entre Mercúrio e Júpiter é o raio de luz libertadora de antigos valores dos quais temos de nos livrar, para com isso aliviarmos o trabalho de Plutão de regresso a Capricórnio: mudam-se os valores, mudam as vontades, mudam as estruturas.
A conjunção da Lua a Plutão no dia 7 e a sua conjunção a Saturno de 9 para 10 tornam estes dias os mais complexos da semana. Emocionalmente sentimos o que a mente já sabe- que nunca nada fica como dantes em certas fases da vida pessoal e colectiva. A conjunção a Plutão obriga a um detox interior e a conjunção a Saturno a responsabilizarmo-nos pelo que desejamos. Quarta feira e o fim de semana são por isso os dias de maior desafio da semana, no quadro mais profundo da revisão da matéria que Plutão retrógrado e Saturno praticamente estacionário obrigam. Terça dia 6 conseguimos progressos ou temos boas surpresas nas áreas de trabalho em que estivermos a inovar com a Lua em Capricórnio em trígono a Urano em Touro e depois disto tudo temos um tempo breve para sonhar as próximas etapas, no domingo, com a Lua conjunta a Neptuno em Peixes, sextil a Plutão.
Uma boa semana!
Aula/conversa segunda, dia 19 de Junho, as 21 horas por zoom.
Assunto: O tempo do Caranguejo. O signo, a Lua que o rege, a posição cardinal, simbolismo pessoal e colectivo, aspectos dos últimos anos sob oposição de Plutão etc.
Pre-inscrição por mail para rositaiguana@mac.com
Quadro de Edward Hopper, 1925, Railroad Trestle in the Desert, Whitney Museum USA









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