Outubro mês de eclipses…

Ia escrever sobre a primeira semana de Outubro mas não posso deixar de a pôr no contexto do mês. Tornou-se muito claro que não chegava olhar só para os trânsitos dos primeiros dias como se de um mês de continuidade se tratasse. De facto, Outubro divide-se claramente em duas metades no meio das quais está um eclipse do Sol e no fim das quais temos um eclipse da Lua. Com os eclipses algo se esconde ou desaparece e algo surge ou se revela e são grandes semáforos de tomada de consciência, de mudança, nos quais este mês também estão envolvidos os planetas lentos, em particular Plutão, o mais lento, mais anão, mais intenso dos membros do nosso sistema solar. Plutão que está retrógrado desse a Primavera quando entrou em Aquário, que retrocedeu aos 27 graus de Capricórnio, entra em moção directa no dia 10 de Outubro, poucos dias antes do eclipse do Sol em Balança a 14. Plutão fica todo o mês nos 27 graus, está o mais próximo da Terra nesta fase quase estacionária e o seu impacto é por isso maior. O eclipse de dia 14 ocorre a 21 graus da Balança e é por isso tecnicamente quadrado a Plutão sendo que horas depois a Lua lhe faz quadratura exacta e seis dias depois é Sol que chega à essa tensão exacta.

Neste mês de tanta intensidade e até esse dia tão especial, 14 de Outubro, vamos tomando consciência, no hemisfério norte com as noites cada vez mais longas, que o que move as coisas pode não ser visível, que há poderes escondidos , controlos, segredos cuja influência pode ser brutal mas que só emergem em alturas como estas em que Plutão mais próximo da Terra toca em ângulo difícil as Luminárias e também os Nódulos Lunares – na linha dos quais ocorre o eclipse na Lua Nova de Balança.

O Nódulo Norte está em Carneiro. O Nódulo Sul em Balança. Simboliza isto que os Céus sugerem que individual e colectivamente abandonemos padrões de comportamento estagnados em relações que já não são estimulantes dos nosso desenvolvimento. Devemos sim apostar na nossa iniciativa individual para corrigir esse desequilíbrio relacional ou partir noutra direcção com a lição aprendida. Não fosse a quadratura a Plutão neste eclipse, neste eixo, neste Outubro, tudo seria mais simples. Trata-se de um eclipse do Sol em Balança, por isso de um eclipse no Nódulo Sul, um catalisador de queda de parte relevante de um qualquer acordo, sociedade, aliança, tratado ou casamento, cuja queda se faz com a maior fricção para a estrutura da qual faz parte, dada a quadratura a Plutão em Capricórnio, signo das estruturas que nos governam. Vénus e Marte, porque regem a Balança e o Carneiro, são os planetas cuja posição nos diz como se articula a narrativa do eclipse. Tudo se passa em signos Cardinais e por isso não pode deixar de haver acção. Vénus vai estar em Virgem, ainda em órbita de oposição a Saturno em Peixes e isto diz-nos que estamos a prestar serviço, a cuidar, a fazer contas, dedicados à organização e quanto isto nos pesa. É um peso emocional, é um peso humanitário, é, pela oposição a Saturno em Peixes, a sensação de frieza e solidão na prestação desse serviço, o esforço, obrigação e consciência de que não temos mais para dar. Isto individual ou institucionalmente já que Saturno é o regente do Capricórnio -onde se encontra Plutão -a exigir mais reformas institucionais. Servimos algo sem retorno. Marte está recém entrado em Escorpião, ainda em órbita do eclipse a forçar essa revelação do que tem de ir e transformação para o que deve vir a ser.

Este tumulto astral dia 14 é, por isso, o que divide Outubro em duas partes. Até lá, a Lua está a minguar o que nos dá o sentido de rematar o pendente e esse pendente tem muito a ver com as situações que vivemos em Julho. Foi nessa altura que Mercúrio e Vénus ficaram retrógrados para só em Setembro terem ficado directos. No entanto, só a 7 de Outubro é que Vénus volta ao ponto em que estava, 28 graus de Leão, quando ficou retrógrada e só a 21 de Outubro é que Mercúrio directo ficará cazimi, canalizado para novo ciclo por uma conjunção directa ao Sol. Ou seja, nesta primeira semana de Outubro Mercúrio ingressa em Balança de 4 para 5 pondo o foco da comunicação na busca de soluções justas, contas certas e equilíbrio das relações para que não se perca completamente a lógica das coisas apesar das tensões e potenciais rupturas. Para a semana, no dia 10, Vénus entra em Virgem em oposição a Saturno estando três dias a fazer sentir o peso do cumprimento das obrigações, nos mesmo dias em que Plutão entra directo. Isto diz-nos quanto pode ser penoso ou exigir imensa sobriedade o tomar das rédeas dos processos de mudança. Até ao eclipse de dia 14 da Lua Nova conjunta ao Nódulo Sul em quadratura a Plutão, Marte ainda está em Balança num esforço de concertação das partes mas ingressa em Escorpião pronto a ir ao fundo das questões doa a quem doer, com conflito se necessário ,a forçar as ocultações e revelações do eclipse e do novo capítulo que anuncia.

Esta segunda metade de Outubro termina com um eclipse da Lua em Touro, a 5 graus, uma Lua Cheia ocultada pelo Sol em Escorpião, o último no eixo que os Nódulos Lunares percorreram no ano passado. Algo culmina e cumprem-se ou caem por terra as promessas da Lua nova de dia 14. Acabaram as lições na área das finanças e da economia, do que partilham e do que é apenas nosso, do equilíbrio entre a transformação e a segurança. O que nos falta é o que nos vai fazer vibrar emocionalmente neste eclipse já que Touro era onde estava o Nódulo Norte previamente e a Lua é reveladora de carências. Mas Marte em Escorpião vai estar oposto a Júpiter em Touro e as indicações são claras- não podemos depender dos outros para a nossa realização emocional, material, subjectiva. A ocultação da luz da Lua Cheia do final deste Outubro revelará o que ainda faltava para a nossa segurança mas agora com o Nódulo Norte em Carneiro está nas nossas mãos a autodeterminação….

Um bom Outubro….

Segunda feira as 21 horas por Zoom dou uma aula conversa sobre os eclipses e o impacto no ceu de cada um. Pré-inscrições por mail para rositaiguana@mac.com

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