Energias para a Semana 24-31/12/2023: O MAGO I, O DEPENDURADO XII E A LUA XVIII

Por Clara Days:

Ideias-chave: criatividade e sonho perante bloqueios; paciência, inteligência e ilusão; enfrentar o medo com acção ou sacrifício.

Espera-nos uma semana complexa, na despedida de 2023, com a Lua Cheia de dia 27 como ponto alto, a pontuar o nosso tempo. A combinação da criatividade impaciente do Mago com a suspensão no tempo do Dependurado já é em si um grande desafio, maior ainda quando a agravá-lo vem uma Lua que quer iluminar o nosso lado sombrio, trazendo à tona os medos e anseios que tendemos a querer ignorar ou reprimir.

Vejamos primeiro, em síntese, que tipo de energia cada um destes Arcanos Maiores nos propõe, para depois apreciarmos como elas podem interagir.

O Mago é o Primeiro, o Eu em acção, tomando iniciativas perante qualquer obstáculo e usando a sua inteligência para criar ferramentas de intervenção, a partir do que encontra à sua volta. Num pólo absolutamente oposto de atitude temos o Dependurado, incapacitado de se mover pela força das circunstâncias e usando a sabedoria da paciência para procurar diferentes ângulos pelos quais pode apreciar os problemas que precisa de resolver. Já a Lua quer virar-nos para dentro, usando o sonho e a ilusão para nos despertar o lado mais sombrio, que geralmente tentamos esquecer, ou deliberadamente ignorar.

Digamos então, numa primeira apreciação, que o Mago e o Dependurado nos confrontam com a realidade próxima, enquanto a Lua nos convoca para dentro, querendo que lidemos com o que vive no nosso subconsciente.

Mas o contraste vai mais longe, pois a aproximação às circunstâncias que Mago e Dependurado preconizam não podia ser mais distinta: enquanto que o primeiro quer intervir e faz da permanente capacidade de intervenção o seu verdadeiro poder, o segundo suspende a acção, procurando aceitar essa postura expectante de modo conformado e também inteligente. Como ficaremos nós, entre os dois? Neste encerrar de ano cheio de contrastes ou até confrontos, sobretudo de cada um consigo, o primeiro patamar estará na escolha entre agir e não agir, em face de eventuais problemas que enfrentemos. Ambas as atitudes podem ser solução ou, pelo contrário, agravá-los. Aí, só uma coisa nos salva: pôr a inteligência a trabalhar e usar essa componente dos dotes de ambos (Mago e Dependurado) para discernir o que é melhor, no momento actual. Qual a atitude mais inteligente?

Entra então a Lua: não podemos usar apenas a inteligência racional, há que ser capaz de também activar a inteligência emocional. As decisões não poderão basear-se somente numa lógica externa, terão de ter em conta uma compreensão das motivações internas que possam estar por trás de cada opção. Teremos que tentar “iluminar” a nossa sombra e perceber até que ponto aquilo que queremos ou achamos precisar parte de uma razão efectivamente lógica ou nasce de uma causa profunda que radica num trauma antigo, numa memória reprimida ou num fracasso ou sucesso anterior, que parecíamos ter esquecido. Aceitemos o desafio de fazer essa busca interna, é também um acto de inteligência.

Acabaremos assim o ano a lidar com a nossa reacção perante os acontecimentos que nos afectam. Serão as últimas cartas, até vir um ano novo, embora, na realidade, o ano novo de acordo com a nossa tradição seja uma mera data de calendário. E ainda há muito jogo para jogar, no tabuleiro das nossas vidas.

Boa continuação de festas!

Imagem The Light Seer’s Tarot, de Chris- Anne, 2019

Clara Days

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