Energias para a Semana 11-18/2/24: A IMPERATRIZ III E A RODA DA FORTUNA X

Por Clara Days:

Ideias-chave: crio e modifico; natureza dos sentidos em ponto de viragem; o corpo e a mudança.

Depois da Lua Nova de ontem, início do Ano Novo chinês, há um apelo a que nos centremos no corpo e nos sentidos, ao navegar as ondas de mudança a que estamos sujeitos. A Imperatriz pede que nos conectemos com a Terra e com tudo o que nela cresce e se desenvolve, enquanto que a Roda continua a lembrar-nos que a vida é feita de movimento, um movimento cíclico imparável que governa essa mesma natureza.

O tempo da Imperatriz é o tempo de ser e não tanto de pensar. Ela é Vénus, Gaia, a Mãe-Terra. Maternal e cuidadora, descomplica os problemas, ao abordá-los da forma mais elementar possível, e quando luta, é em defesa daqueles que de si dependem, a quem se dedica amorosamente. Tudo o que está vivo pertence ao seu reino: protectora das crianças, dos animais, das plantas de quem precisa da sua atenção, pede entremos em harmonia com o corpo e usemos os sentidos para perceber o mundo.

A Roda da Fortuna, vista em conjunto com esta força, lembra-nos os ciclos naturais e remete-nos para a sucessão inevitável entre o que sobe e o que desce, o que aquece e o que arrefece, o que cresce e o que recolhe. Em tempo de alterações climáticas, todos estes ciclos estão em mutação, já o percebemos. Há novas lógicas que se impõem, pois a Roda nunca pára e gira de acordo com o que está: em última análise, a Terra sempre evoluiu desse modo, sujeita a grandes mudanças, e as disrupções fazem parte dessa evolução.

Para lidarmos com a Imperatriz e a Roda ao mesmo tempo, nesta era em mudança, regressemos à terra. Foquemo-nos em cuidar, primeiro de nós e depois de todos os que merecem a nossa atenção e desvelo. Participemos, no que está ao nosso alcance, nos pequenos milagres de criação de vida.

Reservemos tempo para estar na natureza, para sentir o que é básico, elementar, simples. Só aí podemos encontrar o equilíbrio de que precisamos para viver as voltas da roda da vida. Confiemos no que nos dizem os sentidos, deixemos o corpo falar. Procuremos o nosso lado terreno, maternal, cuidador, se precisarmos de agir. Se o girar da roda é imparável, poderemos lidar melhor com isso, se estivermos em paz com o que é natural.

Imagem : The Guardian of the Night Tarot, de M.J. Cullinane, 2022

Clara Days

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