Por Clara Days:
Ideias-chave: ciclo de ruptura e renascimento; movimento e transformação; aguento os balanços e disponho-me a mudar-
Com as energias que nos inspiram esta semana, é impossível ficar tudo como está. Há transformações em movimento que precisam de se cumprir e o papel de cada um de nós é saber cavalgar o tempo de mudança no melhor sentido, dentro das suas possibilidades.
Se a Roda sobre ou desce, depende das situações, mas se sobe, descerá depois e também vice-versa – inevitavelmente. A Fortuna lembra-me que a vida é cíclica e pode até parecer estabilizada, mas está sempre em evolução, de um ou outro modo. Sentirei mais ou menos a velocidade dessas transformações, poderei estar mais longe ou mais perto do centro deste movimento circular, mas há um vai-vem permanente que precisa de ser cumprido. A Roda representa o princípio universal do movimento e a ciência ensina-nos quanto esto é verdadeiro.
E depois, a Morte, inominável e indesejada, prenunciadora de mudanças que também não posso evitar. Símbolo do princípio universal da transformação, outra evidência científica, está aqui na melhor das companhias para cumprir o seu propósito: fazer-me mudar. O que precisa de morrer é o que está velho, o que ocupa um espaço que precisa de ser renovado, no permanente ciclo de morte-vida que é a essência do nosso ser na Terra. Tenho de varrer para fora do caminho tudo o que já não faz sentido, para ter onde colocar o que vem de novo.
Tudo isto nos desarruma a existência, se a queremos ter tranquila. Ser capaz de discernir o que está fora de controle e aquilo sobre o que temos possibilidade de agir voluntariamente, essa é a questão.
Estas são duas energias que subjazem permanentemente na mera existência, mas que raramente têm visitado as minhas leituras semanais, assim em evidência, nos últimos anos. Algo parece, pois, estar num momento de transformação mais óbvia, a acreditarmos na sua influência. O nosso papel é sermos capazes de nos preparar e de agir com elas a nosso contento.
Preparemo-nos, pois, para a transformação que se anuncia, com a maturidade de a saber necessária. Se é uma crise, pode ser de crescimento, saibamos cavalgá-la. Se há destruição a caminho, deixará espaço para novidade, que temos o dever de tentar criar. Se as coisas resvalam e se precipitam para baixo, depois virá o tempo de subir de novo a ladeira – reservemos forças para esse futuro.
Na sociedade, na vida pública e na privada, tal como na natureza, tudo está em permanente transformação. Talvez que agora se torne mais evidente… Saibamos ser actores de mudança nós também, não aceitemos o mero papel de vítimas do que corra mal.
Uma boa semana para todos!
Imagem : Anima Mundi Tarot, de Megan Wyredeweden, 2017
Céus!!! Rosita Iguana 
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