Por Clara Days:
Ideias-chave: desapego e equilíbrio; a vontade ao serviço da responsabilidade; enquanto avanço, ajusto-me às circunstâncias.
Continuo em movimento, na mesma onda que vem de antes, conduzindo o meu Carro em busca de caminhos e soluções. Mas a minha capacidade de intervir no que se passa fora de mim está deveras limitada: preciso de aceitar e ajustar-me, procurando ser o mais justo possível nas minhas escolhas.
Temos, pois, um Carro em viagem como elemento central. Traz consigo toda a bagagem emocional carregada pelo que ficou para trás, memória dolorosa que me torna reservado e me quer fechar em mim, indiferente em relação ao meu entorno, confiando pouco no que os outros me possam dar.
Mas, claro, sou sempre eu e as minhas circunstâncias. Por mais que me queira isolar, tenho que lidar com elas, a bem ou a mal. E se na semana anterior tive o poder de combinar aspectos contraditórios para encontrar soluções, agora esse poder foi-me limitado: só posso aceitar e gerir o que me trazem, tentando ser o mais equilibrado possível. À Temperança, virtude maior que me dava a criatividade na ponderação, sucedeu a Justiça, estoutra virtude que me traz a consciência da relação causa-efeito e é sobretudo símbolo do karma.
Em viagem, busco caminhos gerindo o melhor que posso os ganhos e perdas que derivam da evolução dos dias comuns. Cada decisão é tamisada pela força das circunstâncias a que preciso de me ir submetendo, de encruzilhada em encruzilhada.
O voluntarismo que caracteriza o Carro é muito emocional, a Justiça é sobretudo racional. A uma energia juvenil de libertação soma-se um apelo à maturidade que tudo pondera. Tentemos ver então as coisas por este prisma.
Há meses, perante uma leitura com as mesmas cartas, escrevi:
“Há no Carro uma rigidez que a Justiça flexibiliza, e temos de saber transformar isso numa vantagem e não o tomar por enfraquecimento da vontade. As decisões serão mais ponderadas, os prós e contras medidos antes de virar cada esquina. Podemos estar fechados em nós, para não ter sofrimento – teremos, no entanto, os olhos bem abertos e consideraremos as condicionantes externas que influenciem as nossas decisões. Ajustar-nos-emos às realidades que nos forem sendo apresentadas.”
Nessa altura, esperava-nos uma Lua Cheia de possibilidades. Agora, esta semana mesmo, vamos ter a Lua Nova que abre mais um ciclo, e é para isso que temos de nos preparar.
Uma boa semana para todos!
Imagem : Zillich Tarot, de Christine Zillich, 2018

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