Por Clara Days:
Ideias-chave: metamorfose com esperança; renovação profunda; transformação radical e inspirada.
Há já quase um ano a Estrela não nos visita nesta página, como se a esperança tenha andado arredada do nosso horizonte. Vem hoje a acompanhar a Morte, que continua a pautar os dias correntes, símbolo da necessidade de uma renovação profunda, onde deixemos cair tudo o que está caduco na nossa vida e assim ganhemos espaço para receber o que pode vir de novo.
A Morte, já o sabemos, fala da ultrapassagem de uma crise através de mudanças internas radicais e libertadoras. Com ela vem a perda, mas vem também a abertura para novos caminhos. A sabedoria que nos é pedida é que interiorizemos a “bondade” deste inevitável, no sentido em que é a condição da nossa evolução: quando algo termina, cria-se espaço para que algo comece, e podemos escolher entre focar-nos no que se perdeu ou no que está para vir.
Ora, com a Estrela, falamos de um saber profundo feito de convicção e esperança, que nos dá a certeza de estar no bom caminho. Ela é a luz que trazemos dentro, que nos guia os passos para procurarmos ser melhores, e também a que orienta, luz inspiradora que ilumina um trajecto a prosseguir, um futuro de paz e felicidade, para nós e para os outros.
Viver com a Morte mexe muito com o que somos, pois precisamos de largar partes de nós, com toda a carga de sofrimento e sentimento de perda que isso acarreta: nada pode mudar se não “matarmos” alguma coisa na nossa vida, por muito que isso nos doa. Com esta vinda hoje, na companhia da Estrela, é como se se nos abra um horizonte de confiança pelo meio das agruras de transformação interior a que andamos sujeitos.
A Estrela não promete, antes almeja e acredita. É mais feita de fé do que de certeza, seja lá a fé o que for. Com ela alimentamos a alma nos tempos mais duros e difíceis, suportando o que for necessário sem perder a esperança em dias melhores.
Vivemos tempos conturbados, ainda com os restos da destruição da visita recente que tivemos da Torre Fulminada, e agora com esta Morte tão radicalmente exigente. Se não for a esperança a valer-nos, como manter a força moral?
Aproveitemos esta energia vinda de dentro, esta luz íntima que não se apaga, para levarmos ainda mais longe a transformação da nossa vida: larguemos de vez o que tem de ser largado, sem vacilar. Há um futuro de luz ao longe, lá mais à frente, que nos dará a recompensa…
Uma boa semana para todos nós!
Imagem : Anima Mundi Tarot, de Megan Wyredeweden, 2017

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