Por Clara Days:
Palavras-chave: individualidade; expansão; consciência; generosidade.
Com a aproximação da Lua Nova e do fim do movimento retrógrado de Mercúrio, temos nesta semana para nos inspirar a energia do Sol, símbolo de vitalidade e expansão pessoal, anunciando uma tendência para regressar ao optimismo.
O Sol não resolve, mas ilumina: dá-nos a possibilidade de
olhar para as nossas circunstâncias sem a interferência de sombras que retirem positividade ao que ali seja bom e generoso. O Sol é o Eu na sua afirmação perante o Mundo, um Eu aberto e interventivo, com a dose certa de auto-estima e de esperança para se aventurar na direcção desejada.
Ele não nos traz sentimentos de superioridade ou dominação, antes nos capacita para uma generosidade sã que não espera contrapartidas. O Sol leva a que nos mostremos e demos aos outros e, nessa dádiva, fiquemos melhores e maiores. Com o Sol há nobreza de espírito, assertividade, convicção.
No entanto, atenção: o Sol é quente e, se nos aproximarmos demasiado dele, pode queimar e destruir. Há que encontrar a contrapartida de elementos mais suaves que temperem os possíveis excessos e nos tragam equilíbrio. Demasiado Sol faz mal à pele – e também ao espírito…
As cartas representaram, nos baralhos mais antigos, um Sol nas mãos de figuras humanas, como se de um objecto se tratasse. Uma mulher, crianças ou anjos seguram-no ou amparam-no. Ao longo do tempo vai-se a sua imagem estabilizando como tendo rosto humano, um Sol antropomorfizado, aparentando bonomia ou com expressão neutra. Além da presença de crianças, há nas imagens alguns elementos simbólicos recorrentes, sobretudo os girassóis, flores que estão indissociavelmente associadas ao movimento aparente diurno do astro-rei. Também um muro separador, à frente do qual a acção se passa, afasta as personagens dum lado “de lá” que fica confinado, dominado. Um cavalo branco, lembrando liberdade e positividade, pode transportar uma criança, que empunha uma enorme bandeira vermelha, alegre e régia.
Em Astrologia, o Sol é também Sol, o primeiro “planeta” que caracteriza o nosso mapa astral – e que representa o Eu e o modo como nos mostramos ao mundo. A letra hebraica que lhe corresponde é RESH ou REISH, a arte da clarificação. O número 19 pode ser considerado na sua totalidade, representando força e auto-confiança, ou reduzido a 1, como a unidade, o Eu. Título esotérico deste Arcano Maior: “O Senhor do Fogo do Mundo”.
Entramos nesta semana com a ajuda de uma energia de auto-afirmação e auto-confiança. Isso posiciona-nos, necessariamente, num modo pessoal mais optimista, em relação às circunstâncias que vivenciamos agora. Mesmo que tudo esteja efectivamente na mesma, conseguimos encarar as coisas de um modo mais construtivo e intervir nelas de forma positiva.
Com o Sol acima do horizonte, vemos melhor o que nos rodeia, para poder tomar decisões. É uma boa influência para clarificarmos dúvidas e esclarecermos equívocos.
Mas, sobretudo, o Sol pede-nos autenticidade. Assumirmo-nos publicamente como somos nem sempre é fácil, nem sempre é possível. Esta energia que agora nos anima pode ajudar-nos a ser mais autênticos, lúcidos e generosos. Há uma série de elementos positivos que se manifestam, de acordo com o nosso carácter, quando o Sol nos ilumina.
Que se faça então luz…
Imagem: Tarot Suiço de Johannes Müller (1860)
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