Tempo de eclipses

A semana começa com um eclipse. A Lua Cheia vai passar pela parte externa da sombra da Terra e parecer-nos mais vermelha escura. A ocultação penumbral acontece a 5 graus da constelação da Balança e vai ser visível praticamente em todo o mundo. Não há que escapar. Na agenda está o equilíbrio entre autocracia e democracia, individualismo e concentração, guerra e paz, o eu e o outro. Na sombra, na ausência de luz, confrontamo-nos com o que não costumamos deixar transparecer ou está enterrado em recantos da psique. Estou a viver a minha vida ou a vida do outro, o parceiro, o sócio, os desconhecidos conhecidos que sigo nas redes sociais? Como dar resposta a essas forças que se extremam e nos dividem?

Uma primeira indicação pode vir de Plutão em sextil ao Sol em Carneiro e em trígono à Lua em Balança. Isto diz-nos que o nosso desejo de harmonia face força de vontade do ego, meu ou dos outros, tem de se manifestar numa transformação do modo como nos organizamos dentro das relações, com o par, como grupo, em sociedade, politicamente. Vénus que rege a Lua eclipsada está exaltada em Peixes em sextil a Júpiter e Urano em Touro. Podia ser sinal de uma enorme potencial generosidade na abordagem dos problemas mas Vénus está conjunta a Saturno e por isso há limites a impôr ou que nos são impostos. Definir fronteiras não é para mantermos os outros de fora mas sim para reconhecermos e respeitarmos os nossos próprios limites. Ou seja, não podemos não deixar de ter cabeça fria mesmo quando o mais importante parece ser por termo a conflitos. Marte que rege o Sol em Carneiro acaba de entrar em Peixes sugere que, mais do que acção directa, usemos a imaginação, intuição ou orientação espiritual para encontrar soluções alternativas às crises que enfrentamos nas nossas relações pessoais, financeiras ou políticas.

Potenciando a sensibilidade, este Marte em Peixes é uma energia à qual devemos desde já dar atenção e alimentar com humor e criatividade porque será ele o regente do eclipse total do Sol na Lua Nova de Carneiro a 8 de Abril. Não é só este o elo de ligação entre o eclipse da Lua Cheia nesta segunda feira e do Sol daqui a uma quinzena. Acontece que enquanto no primeiro é Vénus que está conjunta a Saturno, no segundo é Marte que vai estar limitado, responsabilizado pelo planeta dos anéis enquanto Vénus a 8 de Abril já estará em Carneiro, também ela -para além do Sol ofuscado- sujeita às restrições de Saturno.

Trata-se por isso de um período de eclipses e entre eclipses que exige não iniciativas mas sim uma certa aceitação, quase submissão, ao tempo das coisas, aos limites das regras, das responsabilidades, dos ciclos da vida e em paralelo um mergulho interior para que nos fique bem claro onde estamos nas relações.

Toda a semana o Nódulo Norte, Quiron e Mercúrio encontram-se em Carneiro como se o destino nos obrigasse a falar das feridas para as poder sarar e como Marte como vimos está em Peixes, toda a sensibilidade e compaixão fazem a diferença nessa comunicação pessoal. É um trânsito tanto para falar como para ouvir. Ouvir em nós o que temos escondido, ouvir nos outros o que não conseguem exprimir e falar a partir desse entendimento.

Também toda a semana e até à sua conjunção exacta entre 18 e 21 de Abril Júpiter e Urano, a expansão e a revolução, a abundância e a inovação, vão avançando para um ponto de ruptura com verdades ou perspectivas de desenvolvimento antigas. Nesta efervescência, o que valia passará a ter outro valor e valores por inventar podem surgir como raios transformadores já que é no signo de Touro que os dois planetas se encontram, agitando a Terra e o que prezávamos como estável, numa abertura radical a possibilidades surpreendentes. O sextil de Vénus a Urano na quinta feira 28 pode dar-nos algumas pistas sobre a conjunção de Abril.

Uma Boa Semana

Amanhã dia 25 as 21 horas aula/conversa sobre os eclipses e como afectam o mapa de cada um.

inscrições limitadas- rositaiguana@mac.com

R.I.

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