Este mês tem um ponto de viragem fundamental. A 10 de Dezembro não só Urano entra directo a 0 graus de Carneiro como ocorre um eclipse total da Lua a 18 graus de Gémeos. Este eclipse de Lua Cheia põe termo a processos de debate intelectual e também ilumina tudo aquilo sobre o qual reposam opções ambíguas em que se pretende simultâneamente uma coisa e o seu oposto. É preciso deixar para trás posições de polaridade, escolher uma via e seguir novas ideias.
Como coincide com o fim da retrógradação de Urano, a exigência de libertação de velhos padrões é ainda maior. A 0 graus de Carneiro, Urano toca o ponto de maior potencial eruptivo do zodiaco, que simboliza a pulsão de levar a cabo, directamente, iniciativas individuais. Ora, sendo Urano um planeta do colectivo, esta posição impele cada soberania ou grupo de afins para se revoltar ou desligar de situações sociais ou políticas dentro das quais se experimente repressão ou mesmo opressão. Estimula a procura de novos rumos mas opções podem ser erráticas, ansiosas ou mesmo radicais. Não são de esperar reações previsíveis nem processos lentos. Enquanto esteve retrógrado ampliou a compreensão da urgência de mudança, agora que entra directo é o tempo de accionar os mecanismos de exigência de independência de interesse individual no quadro colectivo.
Este eclipse e mudança de direcção de Urano têm lugar com um quadrado da Lua e do Sol a Marte em Virgem o que estimula agressividade, instabilidade, irritação, ainda mais impulsividade e até rupturas . Estes quadrados não são favoráveis ás relações de poder nem ás relações públicas em geral dado que animam egocentrismos e comportamentos autocráticos. Mas o conjunto destes aspectos permite transformações de impacto, por força da expressão das vontades que animam. Ou seja, o dia 10 de Dezembro tem tudo para ser um marco no processo das transformações que desde que Urano entrou em Carneiro em Maio/Junho se pretende levar a cabo mas para as quais não havia ainda a capacidade ou oportunidade necessárias.
Em sincronicidade, tem lugar, no dia 8/9 de Dezembro, a Cimeira Europeia de Chefes de Estado e de Governo da União Europeia com o objectivo de chegar a acordos políticos que resolvam a crise financeira do Euro e do futuro das alianças europeias. A última Cimeira teve lugar pouco antes de Urano entrar retrógrado, em Junho. Os assuntos fulcrais em cima da mesa são agora e ainda os mesmos: solucionar a crise das dívidas soberanas dos países da União, não pôr em causa a união política e salvar o Euro dos ataques dos mercados.
Existem ainda outras constantes astrológicas. Em primeiro lugar, Plutão, o planeta que rege a dívida, a banca e as transformações profundas está, tal como em Junho, a 6 graus de Capricórnio. Neste signo implica forçosamente a transformação das estruturas de poder que condicionam a partilha de bens e fundos, moeda, empréstimos e fiscalidade. Em Junho, Plutão estava retrógrado o que significa que era ainda altura de avaliação da situação. Agora está directo o que permite acção concreta e evolução transformativa da situação.
Se olharmos para o horóscopo deste eclipse/ Cimeira, vemos que Plutão se encontra na casa IX, dos ideais e da legislação, trígono a Marte na VI e a Júpiter na XII o que facilita a possibilidade de revisão dos tratados necessária a soluções de alento para a crise (Júpiter é simultaneamente o regente da VIII- divida e da IX- legislação e Marte em Virgem na VI, regente da VII, mostra os parceiros a regenerarem a sua relação através do trabalho detalhado))
Constante também é a presença de Urano em Carneiro, estimulando a libertação de situações que entravem a autonomia soberana dentro do quadro global. Activa forças de ruptura. No entanto, no horóscopo desta Cimeira, Urano encontra-se na Casa XII, regente da XI, o que simboliza reserva nas explosões individualistas cujo potencial destrutivo está patente no quadrado a Plutão. Mas a tensão está lá. Um trígono a Mercúrio na cúspide da VIII em Sagitário, regente da economia (II), da circulação da moeda (III) e do serviço (VI) mostra como todos estes sectores serão debatidos com vista a novas propostas de fiscalidade e resolução de dívida e fundos comuns ( VIII).
É interessante ver que na Casa XI, da projecção no mundo dos ideais colectivos deste encontro político, está Neptuno em Aquário ( regido por Urano em Carneiro) conjunto ao Quiron em Peixes. Neptuno, regendo o sonho e aspirações, por estar colocado na XI, em Aquário, aponta em simultâneo para a diluição das estruturas de poder colectivas e para uma idealização de sociedade cujo regente, Urano, por estar na XII em Carneiro, simboliza uma liberdade que não está ainda vísivel e também faz parte do mundo ideal. A conjunção deste Neptuno a Chiron ( planeta que ilustra o que faz falta e tem de ser sarado) em Peixes é o sinal claro da falta de universalidade e mesmo generosidade dos ideiais que estão a ser ainda projectados.
Saturno, que estimula a ordem e o poder iluminando as áreas de vida que devem ser reorganizadas, continua, tal como em Junho, na constelação de Balança, exigindo justas relações, esforço diplomático e indicando o custo do equilibrio financeiro. Está oposto, na VI, no horóscopo da Cimeira a Júpiter retrógrado na XII o que simboliza conflitos de responsabilidades, possibilidade de utilização de técnicas questionáveis, a avaliação moral e política de situações e ainda limites à expansão. Estas oposições de Júpiter a Saturno são históricamente conflitos entre expansão e retração, entre crescimento e recessão, entre a contenção e a dispersão de grandes massas monetárias.
Com Saturno em Balança e Júpiter em Touro, e sendo Touro também o signo do Ascendente, tudo regido por Vénus, ícon do dinheiro e da diplomacia verificamos que esta se coloca conjunta à cúspide da X ou Meio do céu: toda esta Cimeira gira em torno disso mesmo, as relações do Euro. Com o quadrado de Vénus a Saturno, estas relações sobre a moeda comum são frias, controladas e não há dar sem receber, condição reforçada por Vénus se encontrar em Capricórnio, calculista, a apostar no longo prazo, ambiciosa e em recepção mútua com Saturno, regente de Capricórnio. O trígono desta Vénus a Marte na VI mostra o empenho laborioso dos parceiros na busca dessa projecção financeira a longo prazo. Em Junho, Marte transitava Gémeos, tal como Virgem regido por Mercúrio fazendo com que então houvesse polaridade na acção. Agora em Virgem, o diálogo está centrado na atenção a todos os detalhes.
E falta falar das chaves deste horóscopo, a sua vitalidade, receios e objectivos, o Sol, a Lua e a Cabeça do Dragão, unidas num eclipse total da Lua. Resultam na concentração de esforços no sentido de encontrar uma solução comum de expansão de meios e fundos que ponham termo à insegurança financeira e dos mercados que fragilizam as bases sobre as quais a União está assente. Ou seja, Sol e Nódulo Lunar Norte conjuntos em Sagitário na VIII simbolizam essa vitalidade e objectivo de abrir caminho no território financeiro e político partilhado. Em oposição e eclipse da Lua em Gémeos na II regente da IV, essa determinação pretende pôr fim ás lacunas dos mecanismos do Euro que põem em causa a estabilidade da União. O quadrado a Marte, regente dos parceiros á volta da mesa indica que para se chegar a esse objectivo a discussão não vai faltar, agravada pelo potencial de ruptura provocado por Urano directo em Carneiro. Mas o trigóno desse Marte a Plutão na IX, co-regente da VII (parceiros) mostra que há abertura para a reformulação dos Tratados ou definição de novos Acordos de forma a permitir que quando Júpiter, regente do Sol e do Nódulo Lunar Norte entrar directo em Touro dia 27 de Dezembro, esteja aberto o caminho para a recapitalização necessária da banca ou outros mecanismos de suporte ao Euro.
Como em simultâneo, no final do mês, Plutão chega ao grau 7 de Capricórnio, conjunto a Vénus do horóscopo do Euro e na cúspide da Casa IV do horóscopo do Tratado de Roma, onde permanecerá todo o mês de Janeiro, é de esperar que deste encontro saiam medidas concretas que alteram o valor e imagem do Euro através de alteração de legislação comum que têm impacto na organização e composição dos membros da união e em particular dos membros originais que em 1957 idealizaram por em comum fundos e políticas.


Excelente! Muito Obrigada!