Por Clara Days:
Palavras-chave: individualidade; vitalidade; auto-estima; consciência.
Aqui estou, de peito aberto, pronto para me mostrar ao mundo. Faça-se luz. Ilumine-se a vida, para que a vivamos de olhos abertos, sem medos, sem sombras, com consciência.
Vem o Sol trazer a sua energia benéfica a esta primeira semana de Verão, no hemisfério Norte, e de Inverno, no hemisfério Sul. Depois do Solstício de ontem, no meio de um
eclipse onde a Lua Nova oculta a sua luz, neste momento em que escrevo, vem o Sol iluminar o nosso dia, iluminar os dias que temos pela frente.
A iluminação traz sempre a possibilidade de clarificação: dá-nos visão, ajuda-nos a compreender os sentidos e os propósitos, ajuda a definir ou distinguir os valores. Quando tenho visão, decido em consciência, para o bem e para o mal. Afirmo-me como pessoa, nessas decisões. Nada tenho a esconder.
O Sol sou Eu.
Preciso de me amar, para amar os outros, assim se diz. O amor-próprio não é vaidoso, pode ser espontâneo e singelo. É verdadeiro, quando não oculta os defeitos, integrando-os. Quando me amo, quero dar o melhor de mim, quero melhorar o que tenho de pior. Abro-me aos outros e ao mundo, genuinamente, generosamente.
O amor, quando se dá, não se reduz: multiplica-se. Assim, a luz generosa deste Sol.
A afirmação pessoal não precisa de ser contra alguma coisa, ou contra alguém; deve ser a favor, a favor de mim, a favor de tudo o que está fora de mim e que é bom, mas também deve saber acolher e regenerar o que esteja mal.
Este Sol, que agora me acompanha, mostra a minha verdadeira imagem, não para que me contemple, narcisicamente, ao espelho. É certo que pode haver vaidade – mas vaidade não é defeito, em si. A vaidade abre-me, numa vontade de ter orgulho em quem sou, no que faço, no que mostro; é este o sentido que lhe dá o Sol.
No entanto, sabemos que demasiado Sol pode secar, pode queimar. Se estou falando, metaforicamente, da minha auto-estima, falo também da importância de haver harmonia e equilíbrio, não de excessos. O respeito pelos outros define a linha vermelha que não posso ultrapassar, tenho que estar atento a essa linha vermelha.
Nesta semana iluminada, nada nos é prometido, em relação às nossas circunstâncias. O que nos é transmitido é que podemos ser autênticos e expansivos, capazes de ver o que se passa com mais clareza e lucidez. Haverá menos sombras, mas não menos problemas. Para os problemas, posso buscar melhores soluções, se vejo tudo o que se passa com mais clareza e disponibilidade.
Queira-se ou não reconhecer, se me sinto melhor, a vida corre melhor também – assim como a inversa é verdadeira. Há nesta carta da semana uma carga de vitalidade, de vontade de avançar. Há um potencial de optimismo, para me guiar no bom sentido.
O Sol abre o horizonte, mostra caminhos; cabe a mim decidir se vou por algum, e até onde.
Imagem : Tarot New Era Elements, de Eleonore F. Pieper, 2018
Deixe uma Resposta