Por Clara Days:
Palavras-chave: Esperança; inspiração; confiança; renovação.
A Estrela está no céu ou na terra? Está fora ou dentro de nós? Estaremos à altura do desafio de ter esperança, no negrume destes tempos atribulados?
Tudo nos assusta, nuvens negras de tempestade pairam sobre as pessoas e as sociedades. Objectivamente, sabemos que temos razão para preocupação, e quem o negue está a evitar encarar a realidade perturbadora que tem na sua frente. Como lidar com uma carta que pede que mantenhamos acesa a luz da esperança, uma confiança no futuro que nos suporte o optimismo possível, enquanto estamos em alerta geral?
Tentemos. A Estrela mora em cada um de nós. Mora nos sonhos das crianças, na persistência dos idealistas, na sabedoria relativizadora dos velhos. Ela é o sorriso no meio da tempestade, a canção de luta que dá alento, a lembrança do exemplo dos que nunca desistiram. Desde a noite dos tempos que ilumina caminhos para aqueles que não prescindem de tentar ser felizes.
A Estrela aparece quando nos sentimos ameaçados. Vem de mansinho, quente e brilhante, alimentada pela nossa convicção, acordando a nossa vontade.
Seremos inconscientes, por querer crer no futuro, apesar de tudo? Ou seremos antes corajosos, porque acreditamos que haverá um tempo melhor e isso nos ajuda a viver as dificuldades e a lutar pelos dias de luz?
Perseguir uma Utopia não nos torna inconscientes, muito pelo contrário: quando há a convicção de uma meta que dará sentido ao nosso caminho, mantemo-nos de pé, suportamos o que nos aflige, esperamos os dias melhores, para nós ou para os nossos.
A Estrela não vem para nos trazer alívio, antes para acordar a esperança que sempre moveu os audazes que ousaram renovar.
Mais cedo, ou mais tarde, as nuvens dissipar-se-ão. Por agora, nesta escura noite colectiva, ouso lembrar o céu longínquo, pois sei que ela está lá: com a Estrela, preparo-me para receber esse dia, sonhando com ele até que aconteça.
Posso estar mergulhado na noite escura, mas dentro de mim trago sempre uma luz.
Imagem : Tarot of the Sevenfold Mystery, de Robert M. Place, 2013
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