O ano vai acabar iluminado por uma Lua Cheia no dia 30, no signo do Caranguejo, simbolismo perfeito para todos ficarmos em casa, no ninho, em segurança. No Caranguejo jogamos à defesa, apostamos no íntimo, no familiar, no nacional. Somos contrariados no desejo de festa pelo Sol em Capricórnio que se lhe opõe e que nos faz sentir o peso das regras, limites e poderes estabelecidos, a que tentamos dar a volta apostando em novos valores, inovando hábitos e gostos com a Lua em sextil a Urano em Touro. Sonhamos no dia seguinte, 31, com um 2021 melhor, graças ao trigono que a Lua vai fazer a Neptuno em Peixes.
São dias difíceis, não só pela oposição entre Sol e Lua que se avizinha, -realização versus desejo, -como pela quadratura de Júpiter e Saturno em Aquário a Urano em Touro que aponta uma dupla tensão- por um lado Júpiter e Saturno conjuntos são a panela de pressão em que o mundo se encontra- desejo de liberdade e restrições, vacina e doença, contactos sociais e limites formais, desejo de expansão e contração económica, social, política. Por outro, conjuntos e em quadratura a Urano – que exige liberdade, mas que por estar em Touro, signo fixo, também torna mais difícil a mudança, – trazem discórdia, tanto a nível interno -em que nos confrontamos com desejos e possibilidades- como a nível colectivo -como sociedade queremos viver livremente e melhor e estamos sujeitos a forças restritivas que por impulso podemos ousar derrubar.
Estes aspectos de Júpiter, Saturno e Urano não estão ainda exactos mas anunciam já os grandes temas de 2021: empolamento das causas de interesse colectivo, regras, limites e repressão social, ímpetos revolucionários, rupturas nos padrões tradicionais de valores e a necessidade de nos focarmos na sustentabilidade emocional, ecológica, financeira, de apoio social para não vivermos só de frustração e conseguirmos progredir dentro dos limites existentes. Que cada uma das doze passas ou uvas do rol de intenções, ao som das doze badaladas do final do ano, tenha em conta a realidade que se avizinha….e nos vai surpreender…
Pintura: Max Ernst



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