De onde viemos
Faz um ano que Saturno Plutão Júpiter e Marte alinharam em Capricórnio, que os EUA assassinaram um general iraquiano – acto ainda por vingar- e que o Covid se começou a espalhar pelo mundo que se tornou mais conservador, autoritário, controlador dos actos e movimentos de todos os seus cidadãos, obrigados a usar máscaras, a ficar em casa, a manter distâncias sociais, a fechar lojas, a não poder viajar. Esse legado de conservadorismo autoritário é uma herança que se repete nos ciclos de Saturno e Plutão como em 1946-48 no princípio da Guerra Fria, 1981-1984 com Reagan e Thatcher e 2000-2004 com as consequências do ataque aos EUA no 11 de Setembro.
Em 2020, por essa conjunção ser em Capricórnio, signo símbolo do governo das coisas, dos países e do mundo globalizado, esse “empowerment” conservador respondeu ao Nódulos Lunares e eclipses no eixo Caranguejo -Capricórnio- e o proteccionismo dominou as opções políticas e individuais. Aliás, estas conjunções Saturno Plutão que revolvem em nome da defesa contra seja um inimigo político ou um vírus fatal são em geral bem acatadas pela psique colectiva que entra num período de conservadorismo em que procura ” valores tradicionais”, “o produto nacional,” a religião que salva” , a “moral abandonada”.
Mas os períodos de 2020 em que maiores foram os limites impostos às populações foram os de finais de Março a Maio e o final de Dezembro, datas exactas da presença de Saturno saído do Capricórnio para entrar em Aquario, o signo do colectivo sobre o qual foram aplicadas as regas, leis, limites,contenção que Saturno simboliza.
Chegamos à época festiva de Natal e Ano Novo e um alinhamento de Júpiter o planeta da expansão com Saturno o planeta da contenção, no signo do Aquário veio alimentar a esperança de uma nova era – a famosa Age of Aquarius das canções dos anos 60, tempos de liberdade sexual, crescimento económico e revolução política com manifestações em massa, protestos contra a guerra e assassinatos políticos. Essa “madrugada” da Era do Aquário foi tumultososa mesmo quando proclamava o Amor livre. Júpiter e Saturno estavam em Aquário nesse arranque dos anos 60, tal como estão agora no início de 2021. Outro ponto a considerar é que nesse princípio dos anos 60 Saturno e Júpiter fizeram oposições a Urano em Leão e Virgem e em 2021 vão também estar em aspecto a Urano, mas num aspecto mais tenso, a quadratura, ao seu trânsito emTouro.
Para onde vamos
O que temos então pela frente, em 2021, depois dos dados lançados em 2020 pelo ciclo de Saturno/Plutão – que dura até 2053, . é um tempo bem agitado….. É um ano que, pelas correlações com o passado e variantes actuais, pede a abertura aos novos valores – é o que Urano em Touro exige – que serão controlados pelo exercício do poder de Saturno , a par com distribuição de riquezas ou vacinas pela mão de Júpiter . Mas dada a quadratura, nada será suficiente para calar ou travar manifestações colectivas que exigem o que não têm e cujo lema de justiça social, um clássico aquariano, facilmente pode ser aproveitado por políticos populistas, já em maré crescente na Europa, depois do exemplo de Trump, Bolsonaro e Erdogan. Já há Orban e Morawiecki na Hungria e na Polónia e em 2021 haverá eleições em muitos países europeus incluindo a Alemanha e a Holanda onde a direita populista eurocéptica tem partidos e eleitores em franca expansão. Saturno/Jupiter pode simbolizar não só o controlo populista das políticas como também indicar a necessidade de sustentabilidade económica- expansão ou crescimento apenas dentro do possível- sem entusiasmos. As reacções à contenção vêm dos aspectos a Urano.
As quadraturas exactas entre Saturno e Urano em 2021 são três : a primeira a 17 de Fevereiro com Saturno a 7 graus de Aquário, a segunda, com Saturno retrógrado a 13 graus de Aquário, no dia 14 de Junho e a terceira e última no dia 24 de Dezembro com Saturno a 11 graus de Aquário. Dada a proximidade de ambos quase podemos considerar que todo o ano excepto nos meses de Verão Saturno e Urano vão estar em quadratura. Tradução: uma exacerbação das tensões entre autoridade e contestação, ordem e liberdade, rigidez e mudança. Consequências: colapsos de regimes políticos, crises económicas, situações imprevisíveis que abalam as estruturas de poder vigentes, tudo em nome de novos valores, novos modos de relacionamento, novo justiça social,- mesmo quando a destabilização pode trazer o pior ao de cima como fez a quadratura de Saturno em Capricórnio a Urano em Carneiro entre 1929-1933 de que emergiram Hitler, Stalin, Mussolini, Salazar etc..
Mercúrio anuncia a agenda
Apesar da primeira quadratura exacta ser em Fevereiro é já em Janeiro que os dados são lançados e vamos ter a antevisão do que nos espera até ao final do ano. É importante ter em conta que para além da presença de Saturno e Júpiter em Aquário, também Mercúrio fará as suas retrogradações em 2021 em signos do Ar, a primeira de 30 de janeiro a 21 de fevereiro em Aquário, a segunda de 29 de Maio a 11 de Junho em Gémeos e a terceira e última de 27 de Setembro a 23 de Outubro em Balança, estando todas estas retrogradações ligadas a momentos de maior tensão astrológica que envolvem não só as quadraturas de Saturno a Urano mas também quadraturas de Marte a Plutão e do Sol a Saturno, no final de Outubro. Para onde vamos como sociedade, quais as opções possíveis e que justiça há nas relações são os três temas de reflexão das três retrogradações de Mercúrio ao longo de 2021.
É este Mercúrio que em Janeiro se torna o mensageiro que nos dá as indicações para o desenrolar dos acontecimentos do ano. No dia 5 faz conjunção a Plutão em Capricórnio e a intensidade dos debates políticos aumenta substancialmente. Mas não só, todos os processos de comunicação, as viagens, as trocas comerciais são sujeitas a transformação porque há algo de novo que se revela e obriga a essa mudança profunda- onde tivermos no nosso mapa natal o grau 24 de Capricórnio será a área de vida onde um novo dado vai mudar muita coisa. Mercúrio entra de seguida em Aquário, a 8 de Janeiro para, entre dia 9 e dia 13 em conjunção com Saturno e Jupiter, quadratura a Marte e a Urano nos revelar o que vai ser determinante no decorrer do ano. Estes toque de Mercúrio a todos os planetas lentos e a Marte, antes da Lua Nova de Capricórnio, no dia 13, conjunta a Plutão anunciam exactamente esse novo capítulo politico, global, derivado do que aconteceu com a conjunção Saturno Plutão em Janeiro de 2020. No dia seguinte 14, Urano entra directo com o Sol conjunto a Plutão.
Esperar o inesperado
Podemos sentir que não temos o controlo de nada de tal forma é imprevisível a sequência de eventos que se segue com Júpiter em quadratura exacta a Urano a 17, sinal forte de mudanças de rumo, Marte em conjunção a Urano de 18 a 22 de janeiro, o Sol em conjunção com Saturno a 24 e em quadratura a Urano a 26. Venus faz conjunção a Plutão a 28, exactamente no mesmo grau, 25 de Capricórnio, em que voltará a fazer conjunção a Plutão no dia 12 de Dezembro. E o mês de Janeiro acaba com Mercúrio a entrar retrógrado e uma Lua Cheia em Leão em orbita de quadratura a Saturno e Urano para reflectirmos sobre os acontecimentos e prepararmos as respostas aos impactos que se vão fazer sentir todo o ano.
Isto vai traduzir-se em quê????? Certamente em imensa tensão social, política, económica, situações explosivas seja de origem natural ou armada. Neste cenário, são os EUA que estão nitidamente na berlinda com o Congresso reunido para rectificar a escolha de Biden feita pelo Colégio eleitoral no eclipse de 14 de Dezembro com base nos resultados eleitorais que Trump continua a contestar. A reunião do Congresso é no dia 6 de Janeiro, dia em que Mercúrio continua conjunto a Plutão e a tomada de posse do novo presidente está marcada para dia 20 em que Marte está conjunto a Urano e todas as quadraturas do ano se reflectem nos céus sobre Washington. Isto é o que está em agenda e que sabemos fora o que vamos ficar a saber ao longo do mês e que se traduzirá em Dezembro na contestação a que a quadratura exacta de Saturno a Urano vai apelar.
Algumas datas e aspectos de relevo
Agora dois parágrafos sobre os graus de maior tensão e as datas em que ocorrer: Em Março, Marte vai estar conjunto ao Nódulo Norte em Gémeos a 26, 27 e 28 a apontar novos rumos e opções que entre 16 e 23 de Abril, ou seja entre as quadraturas do Sol a Plutão e de Vénus a Urano , vão ser postas em causa e nos vão forçar a tomar recuo com a entrada de Plutão retrógrado a 27 de Abril até ao dia 7 de outubro.
Em Maio temos um eclipse da Lua no dia 26 a 5 graus de Sagitário em cima da retrogradação de Saturno a 13 de Aquário, ainda em órbita de quadratura a Urano a12 de Touro. Maio começa com o Sol conjunto a Urano a 10 de Touro e é um mês para encontramos soluções inovadoras ou perdermos-nos a resistir à mudança. Essa mudança parece impossível de contrariar em Junho com nova quadratura exacta de Saturno e Urano todo o mês, depois de a 5 e 6 Marte ter feito uma oposição violenta a Plutão cujos custos vamos pagar com a oposição de Venus a Plutão por volta de dia 23.
Não vou continuar a detalhar aqui os aspectos do resto do ano, apenas confirmar que o final do ano, Novembro e Dezembro serão o complemento final do que se anunciar em Janeiro. Em Novembro temos o primeiro eclipse no eixo Touro -Escorpião no dia 19 a que se segue em Dezembro a conjunção de Venus a Plutão idêntica a de Janeiro por duas vezes, em directo e depois de entrar em retrogradação ou seja a 12 e a 25 de Dezembro.
Escolher opções, pagar os custos
Isto diz-nos que o foco no final de 2021 para 2022 estará nas finanças, nas relações, na justiça, nos valores seguros e ganhos próprios versus o que partilhamos ou de que dependemos, com os Nódulo Norte a sair dos Gémeos para o Touro e o Sul, do Sagitário para o Escorpião. Ou seja, depois dos impactos da pandemia e politicas restritivas de 2020 e da contestação ou conflitos de 2021, entraremos em 22 com o objectivo único de conquistar segurança material, talvez também e finalmente salvar a Terra….
Se em 2020 não sabíamos o que fazer dado não haver precedentes para a crise global, em 2021 vamos agitar-nos em várias direcções e com o Nódulo Norte em Gémeos e o Sul em Sagitário temos de fazer opções como voltar ao que era “normal” ou aceitar um “novo normal”, escolher os fundamentos que devem determinar as escolhas, se cooperamos ou entramos em conflito, se antecipar ou retardar a resolução das crises que a todos afectam como crise climática, etc,.. não é fácil nem há certezas e em 2021 pode mesmo haver muita zanga.
A Luz? Júpiter entra em Peixes onde vai estar directo de 14 de Maio a 21 de Junho e retrógrado até 27 de julho. Depois mantem-se emAquário até Dezembro e nas vésperas de 2022, no dia 29 volta a Peixes. Está nele a esperança humanista num mundo melhor…. será?
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