Por Clara Days
Palavras-chave: Moderação; combinação; integração; espiritualização.
Se no meio está a virtude, é a da Temperança, pedindo moderação e diplomacia, um pé em terra, um pé na água, de bem com todos e não se comprometendo. Se a virtude não nos assiste, será então a Arte de combinar o que parece inconciliável, o que contrasta, o que deveria contradizer-se, mas pode ser fundido de modo inovador e criativo, onde de dois feios juntos nasce um belo.
Temperança ou Arte? Moderação ou alquimia? Ou ambas, se possível? Eis a proposta para a semana que entra, pedindo que estejamos disponíveis para recolher a um tempo tudo o que precisa de ser decidido, feito ou sugerido, aceitando o que é divergente, mas procurando dissolver os grumos e os entraves, limar as arestas, para tudo integrar num mesmo caldo de ricos sabores e amplas propriedades.
Solve et coagula, dissolve e combina, a Arte da Temperança. Temperando a vida como se tempera o aço, para que fique mais forte e resistente. Lavando com o fogo purificador, incendiando de águas curativas, juntando cada elemento com o seu contrário, num casamento que frutifique.
Há equilíbrios possíveis, uns mais estáveis, outros menos, ao nosso alcance. A principal mensagem, agora, é sobre a importância de preservar a paz e a concórdia, num sentido dinâmico e criativo, mas sempre diplomático e construtivo. Não deve haver contradição entre o mundo que me rodeia e o meu mundo interior.
Mas não é preciso nivelar por baixo para encontrar um denominador comum: a verdadeira Arte pede elevação, ascensão, espiritualização. Estejamos prontos para deixar fluir o que acontece e criar condições para que possa emergir o que é sublime.
Imagem : White Sage Tarot, de Theresa Hutch, 2018
Amei! É isso tudo muito mais!