Energias para a Semana 29/8-5/7/21: A TORRE XVI E A LUA XVIII

Por Clara Days:

Ideias-chave: destruição exterior, confusão interior; desamparo e intimidade; destruir barreiras e conectar com a sombra.

Que combinação desafiadora, a que nos inspira esta semana! Tudo parece conjugar-se para desconstruir falsas seguranças e deixar a nu as mais íntimas verdades, forçando-nos a lidar com elas. Então, a Torre: desmoronam-se os muros que tapavam e protegiam, paredes que pareciam fortes e de repente ardem e caem, sem remédio. O raio celeste que fulmina desarruma tudo, desconstrói, aniquilando convicções convenientes, argumentos falaciosos, toda a teia de “certezas” que construímos e atrás das quais nos barricámos.

Talvez nos sentíssemos a salvo dos ventos de verdade e mudança que por aí correm, que arrastam e arrasam. Agora, sem salvação, tomba com estrondo a nossa torre e somos confrontados com o que a rodeava, um duro banho de realidade para o qual não tivemos tempo de nos preparar. Então, a Lua: sem racionalidade, sem palavras, abre-me o subconsciente e leva-me a passear na minha própria sombra. A sua luz, mais doce e suave que a do Sol, mostra-me todos os gradientes de cinzento que moram dentro de mim, os sustos antigos que se tornaram medos, as feridas da alma mal cicatrizadas, as angústias e as ansiedades.

A Lua faz-me olhar para o lado de mim que não mostro nem quero mostrar, que prefiro mesmo ignorar, porque não sei lidar com ele. Subjaz em mim, manifestando-se desastradamente em comportamentos de que não me orgulho, é o meu lado sombrio, escuro, difícil.Então, juntas, a Torre e a Lua: tudo o que está fora e dentro abalado e eu sem possibilidade de fugir a tanta crueza. Já não há esconderijos nem subterfúgios, só se salva quem for capaz de aguentar. Aguento eu? Olho em volta para a destruição que sobra. Os dias continuam a suceder-se na sua rota natural, mas há as alterações climáticas, as catástrofes naturais, a pandemia, os conflitos entre povos, as crises humanitárias… É encarando tudo isto que posso encontrar uma rota, certamente complexa, mas realista.Ao mesmo tempo, o apelo interno.

De dentro vêm os sinais, os sonhos, os devaneios mais ou menos claros. Esta outra dimensão pede também que me assuma, que me conheça, que me aceite, se quero almejar a pacificação do que me aflige. Se eu quiser, se eu souber, posso iluminar os recantos das minhas dores, para melhor viver com eles.Se aguento? Isso depende de mim, não do resto. O resto é difícil, duro, mesmo assustador, certamente, mas é o que é e eu posso lidar com isso. Fora e dentro de mim, posso lidar com a realidade. Eu sou capaz.

Imagem : Cosmic Tarot, de Norbert Losche, 1986

Clara Days

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