Toda a semana é um lenta progressão de tensões até Lua Cheia de Sábado 16. É uma Lua do calendário santo para judeus e cristãos, de Pessach ou Páscoa, símbolos milenares de libertação ou ressurreição, desta vez carregada de conflitos extremos.
Apesar de ser esta a semana em que Júpiter e Neptuno se conjugam em Peixes, signo onde estão em casa e onde também já se encontra, exaltada, Vénus, é como se o seu potencial benéfico não tivesse relação alguma com os duros aspectos que assinalam a Lua Cheia em Balança: uma Lua que deseja harmonia e paz que se confronta com um Sol bélico em Carneiro, ambos em quadratura à força irreprimível de Plutão em Capricórnio – cujo objectivo é inverter estruturas, poderes ou regras existentes.
No Sol em Carneiro manda Marte que toda a semana, até à Lua Cheia percorre os últimos graus do Aquário, sob a influência de Saturno que aí se encontra impondo restrições e responsabilidades colectivas, num ambiente de aceleração e travão causador de imensa tensão, tensão essa que é repercutida pelo Sol. A Lua vai do Leão até à Balança no dia 16, numa sequência de tensões cujos maiores impacto serão na segunda feira em que faz quadratura a Urano e oposição a Saturno; terça em que continua a oposição em em Saturno e se acrescenta a oposição a Marte, na quinta faz quincúncios ao Sol e Saturno; na sexta sesquiquadrada – efeito bloqueador o a Saturno; no sábado, já em Balança, está sesquiquadrada – a Vénus que rege a Balança e em quadratura a Plutão, em oposição ao Sol. São emoções permanentemente abaladas pelas circunstâncias, com pouco descanso, as que a Lua nos promete esta semana. Apenas quarta feira há ligeiro alívio, com a Lua em Virgem, cuidadosa na análise, deita contas ao que valorizar e que novos rumos tomar, ao fazer uma sucessão de trígonos a Mercúrio, Urano e Nódulo Norte em Touro.
Mercúrio em Touro é uma energia pragmática, uma lógica de materialização, um movimento de concretização, um deitar contas ao dinheiro e à segurança que está em fase de revisão e abertura a novas tendências, valores e forças de mudança pela presença no mesmo signo de Urano e do Nódulo Norte. Vénus que rege o Touro, por estar exaltada em Peixes, aponta como resposta algo que a todos beneficie, um projecto de valores humanistas ou espirituais – que a quadratura de Saturno em Aquário contraria – agora e até ao final do ano….este é um dos aspectos por causa dos quais, apesar de incluir indicadores positivos, benéficos, não podemos realmente contar com bons resultados, para já.
O outro aspecto que também não permite que a presença do benéfico Júpiter conjunto a Neptuno em Peixes traga grande impacto suavizante na rigidez dos ângulos entre os restantes planetas lentos é o facto de estarem a fazer um ângulo de 30 graus a Saturno e ao Sol- é um olhar dissonante, um aspecto de fricção em que nenhum reconhece o outro nem tem a mesma perspectiva- como se fosse o que é bom para um lado e o que é mau para outro, sem interferência, sem se apaziguarem… O mesmo se passa toda a semana entre Quíron em Carneiro e Urano em Touro e entre Plutão e Marte na quarta feira.
Na terça feira a conjunção Júpiter/ Neptuno em Peixes abre um novo ciclo de 12 anos em que tudo o que for da sua esfera, desde o petróleo às espiritualidade, da indústria química aos alteradores de consciência, dos paraísos na terra aos mundo virtuais, vão ser agentes de transformação colectiva. Na última vez que se encontraram em Peixes, em 1856, muito mudou no mundo depois dessa conjunção marcada pela corrida ao ouro na Califórnia , o fim da Guerra da Crimeia, a solidificação da industrialização, e grande liberdade religioso do império otomano á proliferação de igrejas protestantes nos EUA.
O potencial de tolerância que a conjunção Júpiter/Neptuno alimenta é assim um dos focos da semana. O outro, resultado de uma complexa combinação de aspectos que culmina na Lua Cheia de Páscoa, é potenciador de crises e violências. Não se cruzam. De que lado vamos estar?
Imagem: Lua Cheia de Yannis Moralis
R.I.- 10/4/22
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