Lá vem outro eclipse…

As coisas não estão fáceis… apesar de haver nos Céus aspectos que nos incitam a diluir no “Fado, Futebol ou Fátima” o que este mês de Maio traz de perturbador na ordem da sociedade e nas finanças colectivas.

Não nos iludamos, focados apenas na presença de Júpiter e Netuno em Peixes mas aproveitemos também a agitação planetária para, na medida do possível, passarmos para outro patamar de consciência, de prática, de valores.

Esta é a semana que antecede o próximo eclipse na madrugada de segunda feira 16 de Maio. Será um eclipse total da Lua Cheia , no signo do Escorpião, oposta ao Sol em Touro. Vai exprimir a tensão máxima entre o que é nosso, – palpável e pode servir para o futuro – e o que partilhamos -seja a nível fisico, material ou transcendente, a que estamos apegados e queremos controlar, porque é o que conhecemos e não queremos arriscar o desconhecido. É no contexto desta evolução de um eclipse do Sol para um eclipse da Lua, que devemos entender tudo o que se passa desde já e ao longo dos próximos sete dias.

O percurso da Lua esta semana, até se opor ao Sol e por ele ser tapada, dia 16, é um percurso difícil, de confronto com Urano, Neptuno, Saturno e Plutão. Desses confrontos, o que restar de dependências emocionais ou desejo de controlo é por fim passado a ferros no Escorpião, num climax de Lua Cheia, obscurecida pela necessidade imperiosa de criarmos uma nova realidade, material, pragmática, energética, financeira ou da Natureza e da Terra que Urano, o Sol e o Nódulo Norte em Touro preconizam.

Não é fácil porque estamos a viver estas energias em signos fixos- tanto o Touro como o Escorpião resistem a processos de mudança que não sejam os ditados pelos seus gostos ou vontade. No entanto, os seus regentes, Venus e Marte estão enfraquecidos – Vénus em Carneiro- voluntariosa sem reflexão conjunta a Quíron que lhe mostra os limites da vontade cega e Marte em Peixes- faca na Água com a sua acção diluída pelas circunstâncias – e a impelir-nos para a fantasia da salvação no ” Fado, Futebol ou Fátima”. aliado por signo a Júpiter e Neptuno. Assim, a resistência à mudança de rumo, neste semáforo que é o eclipse da Lua de dia 16, acaba por ter poucas hipóteses de resultar. Melhor apanhar a onda e abrir os caminhos possíveis, com o entusiasmo que o Sol e Urano podem suscitar.

Os sinais de qual é esse caminho estão escritos nos Céus claramente na próxima sexta feira quando o Sol fizer conjunção exacta ao Nódulo Norte. Depois, poucas horas antes do eclipse de dia 16, a Lua fará conjunção ao Nódulo Sul, antes de ter a sua luz bloqueada pelo Sol, nesse processo de “purificação”- porque é no escuro que melhor entendemos que Luz nos faz falta. E tenhamos também paciência porque os resultados não são imediatos e vai demorar um tempo a vermos posta em acção ou conseguirmos as mudanças agora anunciadas ou de que nos tornamos conscientes. De facto, só em Agosto, nos primeiros dias, é que Marte se une a Urano e ao Nódulo Norte e podemos contar com uma energia explosiva que ditará os desenvolvimentos do Outono, baseados nos eventos deste Maio.

Há dois outros aspectos muito relevantes esta semana. Júpiter ingressa em Carneiro e Mercúrio entra retrógrado em Gémeos. Isto será na terça feira 10 e o recado é simples- há que tomar iniciativas em que acreditemos mas o foco deve começar por estar no que falta fazer… pôr as comunicações, trocas, negócios, leituras, escritas ou escrituras em dia, com todo o empenho. Mercúrio retrógrado ainda vai voltar a Touro antes de ficar directo neste signo no dia 4 de Junho, sinal de que há questões financeiras por regular daqui até lá. Essa atenção dedicada ao que estiver pendente, cuja resolução é fundamental para seguirmos em frente, é esclarecida ao longo da semana por um aspecto que fica em grau exacto na quinta e sexta -feira: trata-se do Sol a fazer conjunção ao Nódulo Norte em Touro. Este aspecto, que ocorre uma vez por ano, dá o mote para o que vai ter de ser feito, o que tem de progredir, mudar – sejam relações, valores, factores de importância.

Mesmo antes do eclipse a Lua, no domingo dia 15 , faz oposição a Urano em Touro – há que aceitar que não temos controlo de tudo – depois faz conjunção ao Nódulo Sul – há que olhar para o que já era e entender o que pode passar ou não há fase seguinte. Estaremos então prontos para a madrugada de segunda 16, para o eclipse da Lua Cheia em Escorpião – fecho dos desenvolvimentos desta fase, pela consciência de que há que abrir mão e avançar mesmo sem garantias para os tais novos valores de vida, mesmo que isso seja doloroso e pouco pareça estar nas nossas mãos. Esta insegurança acrescida vem de Vénus regente do Sol e do Nódulo Norte estar exactamente conjunta a Quiron em Carneiro no dia do eclipse.

No resumo da semana, até ao eclipse temos, na segunda 9 a Lua em Leão oposta a Saturno, depois de quadrada a Urano, Sol e Nódulo Norte – tensão anunciadora do desfecho da Lua Cheia. Terça e quarta, 10 e 11 a Lua em Virgem força-nos a estar atentos aos detalhes das consequências da véspera e do que há ainda que fazer se quisermos progredir com o trígono da Lua ao Sol e Urano e Nódulo e ainda a Plutão em Capricórnio, mas cuidado com exageros de expectativas, confusões ou ilusões pela oposição da Lua a Júpiter e Neptuno. Na quinta e sexta a Lua em Balança leva-nos a desejar o que não temos – paz e equilíbrio nas relações, pessoais ou diplomáticas. Vem com ela a clarividência sobre o que falta e sobre a incapacidade de termos um papel real, dada a oposição que faz a Venus e Quíron em Carneiro, seguida de uma quadratura a Plutão.. À instabilidade de domingo 15 acima descrita, segue-se o eclipse na madrugada de segunda e a quadratura frustrante da Lua a Saturno na tarde de segunda 16, Saturno esse que também estará em quadratura ao Sol e ao eclipse desde domingo.

É sombrio, pesado, pede sobriedade, contenção e aceitação das circunstâncias. Podemos estar a projectar ou vislumbrar um mundo melhor e diferente mas há fortes travões, regras impostas pela política, por lei, por sentido de responsabilidades que sobre todos se impõem. A vulnerabilidade aos problemas da água, dos mares, das infeções ou do petróleo está também em crescendo com a aproximação de Marte a Neptuno, exacto na próxima semana dia 18, mas já em órbita de influência.

R.I 8/5/22

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