Energia para a Semana 24 Jun. – 1 Jul. – XIX O SOL

Por Clara Days:
Palavras-chave: consciência; auto-estima; individualidade; vitalidade.

“O Sol é que alegra o dia
Pela manhã, quando nasce
Ai de nós, o que seria
Se o Sol um dia faltasse”
(cancioneiro alentejano)

Eis que o Sol brilha e traz a cada um de nós a energia positiva para nos levar a mostrar-nos como somos, com confiança e sem receios.
O Arcano Maior 19, o Sol, é o Eu na sua afirmação perante a vida e os outros, em Eu que se dá a conhecer, se partilha e se expande. A vergonha, a sobranceria e também a falsa modéstia não sobrevivem nesta luz, dando antes lugar à auto-estima e ao desejo de nos entregarmos de modo genuíno à vida e aos outros.
O Sol pode vir inspirar-nos em tempos mais fáceis, com o reforço do optimismo e da bonomia. Mas pode também vir em tempos difíceis, e aí traz essencialmente auto-confiança e vontade de vencer pela assunção da nossa verdade pessoal, um estar na vida mais maduro e em que sabemos que damos o que temos para dar e, nessa medida, fazemos por nós e pelos outros o que é possível fazer. Com a vitalidade da energia deste Arcano Maior, o que oferecemos engrandece-nos, ao invés de nos esgotar.
Ele é verdadeiro, espontâneo, naturalmente optimista e inspirador. Ele representa a consciência, o Self, uma presença pessoal que observa o mundo e se observa a si mesma. Reconhece e aceita os seus impulsos, não porque seja dominado por eles, mas porque sabe que são a expressão do Eu verdadeiro.
O recado é: eu vivo no meu corpo, que amo e respeito, mas não sou só o meu corpo. A consciência ilumina os lados sombrios da minha personalidade, com luz benfazeja. Isto permite, por contraditório que pareça, que eu olhe para o mundo e para os outros com mais realismo e aceitação, não como se eles fossem um reflexo de mim, dos meus desejos ou frustrações.

O Sol é frequentemente humanizado com um rosto, nas cartas. As ilustrações relacionam-no com os humanos, desde os baralhos mais ancestrais, numa interacção que pode mesmo ser de os humanos o segurarem na mão. E também, desde as representações mais antigas, as pessoas são sobretudo crianças, os inocentes e genuínos, que se mostram e alegram com a vida num modo singelo e natural. Estas personagens (Sol e humanos juvenis) são frequentemente acompanhadas por símbolos que reforçam a explicação da carta: o muro que esconderá um jardim secreto, mas que facilmente se transpõe, os girassóis que se abrem para seguir a luz, a flor de lótus ou a rosa, que correspondem ao florescimento pleno ou ao amor, um cavalo branco que representa a liberdade. As crianças brincam, riem, mais ou menos vestidas, empunhando por vezes uma bandeira de cor viva e vibrante, como o amarelo, o laranja ou o vermelho, enquanto podem cavalgar no dorso do cavalo branco.
Em Astrologia, o Sol é também Sol, o primeiro “planeta” que caracteriza o nosso mapa astral – e que representa o Eu e o modo como nos mostramos ao mundo. A letra hebraica que lhe corresponde é RESH ou REISH, a arte da clarificação. O número 19 é um número primo relacionado com o 10 e o 9, que na base decimal em que operamos passa uma ideia de ciclo completo que volta à unidade. O seu título esotérico: “O Senhor do Fogo do Mundo”.

Nesta semana que hoje começa, estaremos inspirados para nos afirmarmos como somos, sem subterfúgios ou reservas. Mas atenção: não há aqui egoísmo, antes o desejo de abertura e de partilha. É de luz que falamos, da iluminação que espanta os medos e reduz os problemas da vida às suas verdadeiras dimensões.
Estejamos a passar por tempos mais ou menos fáceis, a força de auto-afirmação do Sol pode ajudar-nos a trilhar o caminho com mais segurança. É tempo de reforçar a auto-estima, de afirmarmos as nossas qualidades e moderarmos os nossos defeitos.
Não esqueçamos, no entanto, que o Sol é também Fogo, e nessa medida temos de estar atentos para que não incendeie descontroladamente. Tudo o que é bom, quando é em demasia, pode tornar-se perigoso…
Aproveitemos este tempo de iluminação para carregar as baterias do optimismo, com plena consciência de que o estamos a fazer dentro duma perspectiva realista. É para ver o lado cheio do copo, e não cheio um copo que esteja vazio.
Demo-nos ao mundo, demo-nos aos outros. Tudo o que dermos nos engrandecerá.

Imagem : Tarot New Palladini, de David Palladini, 1996

Clara Days

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