Palavras-chave: criatividade; manifestação; engenho; concretização.
E, de repente, no meio da tempestade emocional colectiva, com todo o Mundo em sobressalto, vem o Mago apelar à força do Eu. Vem pedir que confiemos no nosso potencial para viver tempos difíceis, investindo no poder da nossa criatividade, para construirmos soluções novas e originais, para sobrevivermos com êxito e conseguirmos avançar.
Vem o Mago trazer-nos a sua bagagem de optimismo e confiança, para que nos activemos, ainda que estejamos confinados às nossas casas. Há certamente algo que está ao nosso alcance modificar para melhor, se formos capazes de pensar fora da caixa.
Vivemos tempos únicos e não há hipótese de podermos fazer previsões, com uma dose razoável de certeza, em qualquer área que seja. Vem o Mago ajudar-nos a reforçar a nossa capacidade de intervir de um modo diferente, em casa, na família, no trabalho, na sociedade. Vem desenvolver em nós a capacidade de comunicar com o Outro, apesar de todos os constrangimentos. Perante a novidade destes tempos de pandemia, diz-nos o Mago que o dever de cada um é resistir e investir em si, cada um explorando o seu potencial, virado para a intervenção, com as doses certas de realismo e esperança.
Este é um Mago de tempos difíceis, o Mago criativo, construtivo, engenhoso, que busca novas respostas, respostas concretas, para o novo modo de viver a que estamos obrigados.
Porque é um modo novo, é também uma página em branco, certo? Será que somos capazes de a encher de propostas e não de inquietações e perguntas? Será que somos capazes de transformar a ansiedade em desafio, para continuarmos a ser um colectivo que aposta no futuro?
Na realidade, não estamos em casa para nos sentarmos no sofá. Estamos em casa porque é necessário, mas a vida não pára e desafia-nos todos os dias a procurar as maneiras possíveis de contribuirmos para o bem-estar possível. O Mago é inventivo, mas é também pragmático.
Qual é o papel de cada um de nós, neste novo Todo? Não precisa de ser um papel de vítima, a não ser que tenhamos a infelicidade de adoecer com o vírus da pandemia. Cada um pode inspirar-se no Mago, para enfrentar o desânimo ou a inactividade. Cada um tem o dever de procurar soluções, e não ficar encalhado no medo. Cada um pode ajudar cada outro, para que a vida faça sempre sentido e se inventem novos caminhos e novos rumos.
Não sabemos o futuro, mas sabemos o presente. E temos que responder “Presente!”, para fazermos parte das soluções, da definição do novo modo de estar, pois já percebemos que, aconteça o que acontecer, nada ficará como antes.
“Apesar de você (Corona) amanhã há de ser outro dia!”
Imagem : Tarot Alice, de Alex Ukolov and Karen Mahony, 2016
Céus!!! Rosita Iguana 
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