Nesta última semana do mês, uma Lua Cheia na quinta-feira exacerba aquilo que todos estamos a sentir, em Portugal ou no mundo, e que é a polaridade, a oposição, o conflito entre o que desejamos como indivíduos, amorosa, criativa, dramaticamente e o que nos é permitido socialmente. Estes limites e regras que se impõem sobre o colectivo, – que já vêm de 2020 mas que se agravaram desde o início do ano com a conjunção em Aquário de Júpiter e Saturno, – tornam-se uma questão muito pessoal com a Lua Cheia de quinta feira.
A Lua vai estar em Leão e opõe-se a Saturno, ao Sol e a Júpiter em Aquário, em quadratura a Urano e a Marte em Touro.
Não são aspectos fáceis, implicam sempre tensão entre liberdade e responsabilidade, revolução e repressão cuja intensidade é amplificada pelo contexto que conhecemos, de regras severas de confinamento por ordem superior política ou de Saturno…
Nesse mesmo dia de Lua Cheia, Vénus, planeta das relações, da justiça e das finanças faz conjunção a Plutão em Capricórnio. O que valia deixa de valer, o que não valia passa a valer-e temos de nos organizar nesse sentido. É outro semáforo que com toda a força indica nova etapa na mudança das estruturas que nos regem, a crise de morte e renascimento da ordem pessoal e colectiva, relacional e financeira em que estamos envolvidos.
Temos assim quinta-feira como o dia chave da semana que termina dia 31de Janeiro com a entrada de Mercúrio retrógrado em Aquário, até 20 de Fevereiro – tempo para re-avaliarmos toda a lógica de inserção em sociedade. Desde o dia 13 de Janeiro que Urano está directo em órbita de quadratura a Saturno que será exacta na primeira metade de Fevereiro.
Já escrevi num texto anterior que as quadraturas exactas entre Saturno e Urano em 2021 são três:“ a primeira a 17 de Fevereiro com Saturno a 7 graus de Aquário, a segunda, com Saturno retrógrado a 13 graus de Aquário, no dia 14 de Junho e a terceira e última no dia 24 de Dezembro com Saturno a 11 graus de Aquário. Dada a proximidade de ambos quase podemos considerar que todo o ano excepto nos meses de Verão Saturno e Urano vão estar em quadratura. Tradução: uma exacerbação das tensões entre autoridade e contestação, ordem e liberdade, rigidez e mudança. Consequências: colapsos de regimes políticos, crises económicas, situações imprevisíveis que abalam as estruturas de poder vigentes, tudo em nome de novos valores, novos modos de relacionamento, novo justiça social,- mesmo quando a destabilização pode trazer o pior ao de cima como fez a quadratura de Saturno em Capricórnio a Urano em Carneiro entre 1929-1933 de que emergiram Hitler, Stalin, Mussolini, Salazar etc..”
Com esta perspectiva de tensão para a primeira semana de Fevereiro, depois do extremar de posições na Lua Cheia de quinta feira e sabendo que Mercúrio o mensageiro vai pedir uma avaliação do que tem de ser corrigido no modo como nos relacionamos com o colectivo, que podemos fazer daqui até lá para suavizar as arestas? Pouco mas em profundidade- aproveitemos a Lua em Caranguejo terça e quarta -em que faz oposição a Plutão antes de se opor a Saturno, – para intuirmos bem o que de facto é importante para a nossa segurança emocional. O que é que é ilusão, pelo trígono a Neptuno, ou dependência habitual que há que largar e re-organizar? Até quinta podemos continuar a eliminar emocional e materialmente pesos desnecessários que só dificultam a autonomia ou auto-suficiência que melhor nos podem guiar nestes tempos conturbados. O confronto entre o Eu e os Outros vem na Lua Cheia e, de sexta a domingo, com a Lua em Virgem, regida por Mercúrio que fica retrógrado a mente domina as emoções mesmo que seja para tomar decisões escaldantes com Marte ainda conjunto a Urano!
A fotografia é de um mural na California via Betsy de Lotbiniere
Céus!!! Rosita Iguana 
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