Desejo e disciplina estão alinhados nesta primeira semana da Primavera mas o que pensamos e dizemos pode não estar em harmonia com essa vontade e perseverança.
O cuidado com a lógica e as palavras é por isso necessário para atingirmos a eficácia ambicionada, já que de segunda a domingo estamos sob uma quadratura de Mercúrio em Peixes a Marte em Gémeos – enquanto o trígono de Marte a Saturno em Aquário apela a uma relação fluida entre as regras de organização social ou responsabilidade colectiva e a sua expressão. Ora Marte em Gémeos faz também toda a semana conjunção ao Nódulo Norte que está por isso também em trígono a Saturno. Os Gémeos são regidos por Mercúrio, agora em Peixes, e daí ser tão importante conseguirmos equilibrar a linguagem poética com acções racionais e regras de funcionamento que optimizem as condições colectivas.
Marte rege o Sol em Carneiro e este é mais um sinal de que queremos acção e sabemos o que queremos com Vénus também em Carneiro conjunta ao Sol. No entanto, também Quíron, limitado por uma semi-quadratura a Júpiter, está em Carneiro e dele se aproximam Sol e Vénus até ficarem conjuntos no próximo fim de semana: são sete dias em que seremos sempre lembrados que nem tudo o quer queremos é possível e que o Fogo dos ímpetos individualistas não se encaixa nas regras do jogo em vigor ditadas pelo trígono de Marte a Saturno em signos de Ar. Urano em Touro e Saturno continuam em quadratura apesar de se estarem a afastar mas mantém-se o potencial de rebelião contra as regras, incitado também por Vénus regente do Touro em trânsito em Carneiro.
E como vamos viver emocionalmente as regras a que estamos sujeitos? Segunda e terça com a Lua em Caranguejo em trígono a Mercúrio e depois a Neptuno em Peixes, encontramos no que nos é familiar ou íntimo, o sentimento de conforto e enraizamento que permite tudo tolerar quase tudo. Mas, pelo final do dia de terça, uma oposição da Lua a Plutão em Capricórnio extrema as emoções e percebemos que a bem ou a mal há mudanças obrigatórias a fazer. A Lua em Leão quarta e quinta traduz já o dramatismo e o desejo de reconhecimento da vontade de agir, pelos aspectos da Lua à Vénus e ao Sol na quarta, logo seguidos de rupturas e contrariedade vinda da quadratura da Lua a Urano e oposição a Saturno, aspectos de grande tensão a menos que sejamos nós próprios a dizer basta e a liderar com responsabilidade os processos de afirmação. Sexta e sábado a Lua em Virgem ajuda-nos a olhar para os detalhes, ter sentido crítico e ajudar no que for preciso para por as coisas numa nova ordem com o apoio do trígono de Terra a Urano em Touro e a Plutão em Capricórnio.
E assim chegamos a domingo 28, dia de Lua Cheia em Balança… Estamos divididos entre o desejo de afirmação cego, de só fazermos o que queremos, incutido pelo Sol em Carneiro, e o medo das discussões ou necessidade de harmonia estimulado pela Lua em Balança. Como o seu regente Vénus está conjunto ao Sol em Carneiro, no fundo o que mais desejamos é que a harmonia não obrigue a compromissos e é bem possível que se encontrem equilíbrios dados os aspectos estabilizadores do grande trígono de Ar entre a Lua, Saturno, Marte e Nódulo Norte. Mas uma coisa é certa, a paz só é possível porque voltamos a sentir as velhas feridas, inseguranças ou medos no que respeita ao modo como nos relacionamos mas conseguimos ultrapassá-las com um novo discurso afirmativo e um sentido de responsabilidade para além do que é apenas do foro pessoal. Temos de sair de nós para voltar a entrar num contexto maior e apesar da conjunção de Mercúrio a Neptuno em Peixes quadrados a Marte e ao Nódulo Norte e das dificuldades de clareza de discurso ou reflexão que esses aspectos acarretam, há que tentar ser o mais correcto e o menos egoísta possível…. Dá trabalho ser politicamente correcto…
Fotografia de Man Ray- A ventoinha, 1931







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