Energias para a Semana 27/6-3/7/21: 0 O LOUCO E XVI A TORRE

Por Clara Days:

Palavras-chave: destruição e mudança; libertação; entre medo e confiança.

Nada está garantido, por isso tudo é possível. Se é verdade que não podemos controlar eventos que sacodem as estruturas que pareciam proteger-nos, há também em cada um de nós um potencial de esperança que não se deixa abater, uma resiliência de espírito, um optimismo quase irracional. Se a realidade me tira o tapete, quem sabe, a queda pode trazer-me asas novas para outros voos. Senão, vejamos: não controlo o que me afecta, quando os acontecimentos tendem a precipitar-se em várias direcções, desencadeando rupturas e mudanças que não tenho o poder de travar; mas posso não preservar a minha vibração esperançosa no lado mais íntimo e puro de mim e fazer dessa liberdade interior o alimento para a sobrevivência pessoal.

É como quem vive tempos de guerra, apenas no momento, aceitando a descontinuidade como uma condição, mas resistindo no ânimo, no humor, na absoluta poesia de ser. Aí, é como se destruição que me rodeia possa também ser um portal para uma outra dimensão, onde arrisco ser feliz, apesar de todos os pesares.Não se trata de viver entre dois pólos, o das rupturas e o da confiança cega, mas antes de assumir a máxima sabedoria perante acontecimentos, que é a de aceitar o que acontece com uma mistura de resiliência e esperança, mantendo vivo dentro de mim o lugar onde posso sonhar e desejar, tudo porque já nada tenho a perder.

O que se perde, o que se ganha, em momentos de brusca transição, quando a minha Torre se desmorona? Quando os eventos me assolam e me desnudam perante as intempéries do momento, como reajo? Vem o Louco mostrar-me que há sempre um arco-íris à minha espera, às vezes até no meio da tempestade.Navego então águas desconhecidas, que a seu tempo acalmarão. Navego sem bússola, mas também sem receio, depois de aceitar que as coisas não voltarão a ser como eram. Preparo-me para a novidade, alimento a esperança, encontro confiança. Não ignoro que haja perigos, mas escolho não os temer, escolho arriscar. Afinal, as asas do sonho levam-me sempre ao melhor de mim…

Imagem: Anima Mundi Tarot, de Megan Wyreweden, 2017

Clara Days

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