Começamos o ano ainda um pouco de mãos atadas, talvez cheios de projectos mas com etapas a ultrapassar antes que a situação mude. Mercúrio o planeta que simboliza a comunicação, negócios, trocas, o movimento e a lógica das coisas está retrógrado em Capricórnio e isso implica que há questões pendentes, estruturais ou da ordem das coisas, a tratar antes de podermos prosseguir. Marte, o planeta a que associamos o poder de agir está também retrógrado, em Gémeos, signo regido por Mercúrio- mais um factor de atrasos ou necessidade de revisão dos termos negociais ou objectividade da informação, ou dados que permitam vir a tomar decisões. E, em terceiro lugar, também está retrógrado Urano, o planeta da inovação, revolução, da força para ultrapassar barreiras. Está retrógrado no signo do Touro que Vénus rege e assim todo o impulso, rasgo ou visão capazes de nos trazer algo de novo na nossa relação com o que é material, dinheiro, valores palpáveis, prazeres dos sentidos ou sentido do que é importante, está também sob revisão….
Começamos o ano assim, em revisão e expectativa mas muito rapidamente tudo se vai por em marcha e seremos certamente surpreendidos por acontecimentos que vão ultrapassar o que esperávamos. É isso que desde 2023 até 2043 vamos assistir, é nisso que vamos participar, é a isso que vamos estar sujeitos com o longo trânsito de Plutão em Aquário, trânsito que não acontecia desde 1778/1798. Basta lembrar as guerras de independência dos EUA, a revolução francesa, o início da revolução industrial na Grã-Bretanha, a instalação do comércio livre nas colónias espanholas, a crise financeira dos EUA depois da separação do Reino Unido enfim, o liberalismo defendido por Montesquieu, Lock e Rousseau em filosofias de liberdade que desde então se têm vindo a afirmar com inovação política e social mas também a serem repelidas por regimes totalitários. O trânsito de Plutão em Aquário, o seu retorno sobre aquilo que despoletou na passagem anterior no final do século XVIII vai ter impactos extraordinários pois vai exigir que esses valores que simboliza sejam de facto instituídos onde ainda não o foram e a sua “purificação” onde já estão implementados mas com vícios. O Aquário representa o colectivo, a sociedade, onde o Leão que é o Eu se encontra entre pares e será em conjunto, que vamos progredir e pela melhoria das condições gerais que se irá lutar. Plutão não deixa nunca, em signo algum que transite que se fique agarrado ao que já não serve um propósito evolutivo. Liberdade, igualdade, fraternidade… foram lemas da última passagem de Plutão em Aquário. Rolaram cabeças. Plutão não olha ao preço mas deixa-nos uma dívida colectiva. O seu trânsito pelo Capricórnio pediu a “limpeza” das estruturas que nos regem. Começou com a crise financeira de 2008 com impactos na banca e na gestão das finanças dos governos globalmente – obrigando a contas certas – e depois de 2020 e da sua conjunção a Saturno, com a pandemia instigou toda uma nova maneira de trabalhar a distância e re-organização social incitando a iniciativa privada. Mais ainda há de mudar no seu trânsito pelos últimos graus do Capricórnio para que as estruturas rígidas e caducas começam a cair por força das bases a partir da sua entrada em Aquário. Será entre 23 de Março e princípios de Junho deste ano que Plutão terá o seu primeiro ingresso em Aquário. Vai espreitar esse signo dando-nos a antever o que se vai aprofundar durante quase todo 2024 e por fim estabelecer como movimento inexorável a partir de 2025, data a partir da qual não terá mais pelo algum de retrogradação em que volte aos últimos graus de Capricórnio. O que dará o toda a força para que esse ingresso definitivo tenha maior impacto será a conjunção de Júpiter e Urano em Touro na Primavera de 2024, porque a inovação tecnológica, enérgica, informática, financeira tem de fazer parte desse processo de transformação global política, social que Plutão em Aquário preconiza. Foi no final do século XVIII a revolução industrial que mudou o mundo e o tornou dependente do petróleo. Será agora a revolução do digital e energética, esperançosamente limpa…
Mas antes de Março, nesta semana, neste arranque de ano em que estamos á porta do teatro mas a peça ainda não começou ou estamos no bastidores á espera de entrar em cena, temos mesmo assim muito a que estar atentos. Na segunda feira dia 2, Venus ingressa em Aquário e estará em trígono a Marte retrógrado em Gémeos toda a semana. Haverá certamente sinais neste trânsito de Vénus do que valorizamos como projecto de sociedade, como vemos o nosso lugar no mundo, a que vamos poder dar mais voz em Março quando Plutão tocar o mesmo ponto. O Sol está em Capricórnio até dia 20 e assim, nesse dia teremos a oportunidade de dar mais força a esse apreço que já esta segunda feira vamos registar. No entanto, é preciso ver que na segunda dia 2 a Lua está conjunta a Urano e quadrada a Saturno por isso haverá forças maiores que hão de querer pôr em dúvida ou restringir esse apelo de inovação e liberdade. Não há que desistir. Na terça, a Lua conjunta a Marte retrógrado e trígono à Vénus já nos faz sentir que estamos no bom caminho, a rever opções mas a avançar mais confiantes, na quarta em que a Lua faz trígono a Saturno, estabilizando as emoções. A Lua cheia de dia 6 traz-nos Sol mercúrio e Luya em bons aspectos a Urano numa promessa facilitada de algo novo e no sábado já estamos a tocar novo território com a oposição da Lua em Caranguejo a Plutão com um trígono a Neptuno e a Júpiter que prometem sonhos realizados. Podemos mostrar o que valemos quando a Lua estiver em Leão no domingo e segunda da próxima semana.
Vamos, no entanto, ter de esperar por dia 12 para que Marte entre directo nos 8 graus de Gémeos para trabalhar no sentido de encontrar resposta que resolvam dualidades. Tudo se começa a manifestar se de forma mais coerente a partir de dia 19 quando Mercúrio entrar directo a 8 graus de Capricórnio, na véspera do Sol entrar em Aquário e mais aliviados podermos pôr um foco maior na nossa participação no colectivo. Urano entra directo dia 23 a 14 graus de Touro a incitar os tais novos valores materiais, inovação tecnológica e liberdades reais para o bem de todos e os corações compadecem-se dos azares do mundo a partir de dia 27 quando Vénus que rege o Touro entrar em Peixes. Vai ser também importante “sentir” o que essa Vénus em Peixes nos inspira porque é em Peixes que Saturno vai entrar também em Março num ciclo que dura até 2025 e durante o qual, para além dos problemas globais ligados ao elemento Água- ou porque falta ou porque alaga- seremos chamados a dar forma ao sonho ou a desistir dele.
Votos de uma boa semana, um bom ano e bons trânsitos.
R.I 1-1-123








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